ATA DA VIGÉSIMA
OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 07-4-2016.
Aos sete dias do mês de
abril do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Adeli Sell, Cassio Trogildo, Dinho do Grêmio, Fernanda Melchionna, João Carlos
Nedel, José Freitas, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Márcio Bins
Ely, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol,
Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
registraram presença Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta,
Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Luciano Marcantônio,
Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulo Brum,
Sofia Cavedon e Valter Nagelstein. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 051/16 (Processo nº 0620/16), de autoria de Paulo Brum. Na
ocasião, foi apregoado o Ofício nº 313/16, do Prefeito, encaminhando o Projeto
de Lei do Executivo nº 008/16 (Processo nº 0877/16). Ainda, foi apregoado o
Memorando nº 010/16, de autoria de Márcio Bins Ely, informando, nos termos dos
§§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, nos dias doze e treze
de abril do corrente, em reuniões na Confederação dos Profissionais Liberais,
em Brasília – DF. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, a Sergio Augusto Belmonte, Pároco da Paróquia São Jorge, que discorreu
sobre a Festa de São Jorge. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Adeli Sell, Jussara Cony,
Tarciso Flecha Negra, Airto Ferronato, Lourdes Sprenger, Mauro Zacher, Delegado
Cleiton, Engº Comassetto, Prof. Alex Fraga, João Carlos Nedel e Reginaldo Pujol
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Os
trabalhos foram suspensos das quatorze horas e quarenta e oito minutos às
quatorze horas e quarenta e nove minutos. Em prosseguimento, foi iniciado o período
de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento,
a debater a atuação do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia da Defensoria Pública
do Estado do Rio Grande do Sul na promoção em defesa do direito à moradia.
Compuseram a Mesa: Cassio Trogildo e Engº Comassetto, presidindo os trabalhos;
e Adriana Schefer do Nascimento, defensora pública. A seguir, o Presidente
concedeu a palavra a Adriana Schefer do Nascimento, que se pronunciou sobre o
tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Engº Comassetto, Bernardino
Vendruscolo, Jussara Cony, Fernanda Melchionna, Márcio Bins Ely, Sofia Cavedon,
Valter Nagelstein, Adeli Sell, Marcelo Sgarbossa e Elizandro Sabino. Após, o
Presidente concedeu a palavra, para considerações finais, a Adriana Schefer do
Nascimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Rodrigo Maroni. Após, foi
realizado período de COMUNICAÇÕES, hoje também destinado, nos termos do artigo
180, § 4º, do Regimento, a discutir sobre o Dia Mundial da Saúde e corrida de
rua alusiva à data. Compuseram a Mesa: Sofia Cavedon, presidindo os trabalhos,
e Claudia Ramos Lucchese, Presidenta da Câmara Técnica Grupos de Corrida de
Rua. A seguir, a Presidenta concedeu a palavra a Claudia Ramos Lucchese, que se
pronunciou sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Jussara
Cony, Mendes Ribeiro e Dr. Thiago. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se
Jussara Cony. Após, a Presidenta concedeu a palavra, para considerações finais,
a Claudia Ramos Lucchese. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se Engº Comassetto
e Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Clàudio Janta e
Dr. Thiago. Durante a Sessão, Engº Comassetto manifestou-se sobre assuntos
diversos. Também, foram registradas as presenças de Maurício Dziedricki,
deputado estadual, e de Juliano Fripp. Às dezessete horas e quarenta e um
minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada por
Clàudio Janta, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por
Cassio Trogildo, Engº Comassetto, Sofia Cavedon e Delegado Cleiton e secretariados
por João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída
e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Tribuna Popular de
hoje terá a presença da Paróquia São Jorge, que tratará de assunto relativo à
Festa de São Jorge. O Padre Sérgio Augusto Belmonte, Pároco, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. SÉRGIO AUGUSTO BELMONTE: Prezado
Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. Cassio Trogildo; Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, amigos aqui presentes, viemos neste evento, neste momento,
lançar e ao mesmo tempo convidar a todos para a 63ª Festa de São Jorge, uma
festa que cresce cada vez mais na cidade de Porto Alegre, tornando-se o segundo
maior evento religioso da Cidade, depois apenas da procissão de Nossa Senhora
dos Navegantes. Nós estamos aqui para convidá-los e lembrar da importância da
festa de São Jorge, já que a nossa Igreja São Jorge é um centro de paz, de
encontro de culturas, de etnias e até de religiões, pois sabemos como São
Jorge, nosso santo católico, tem também uma outra expressão nas religiões afro,
por isso a Paróquia São Jorge se torna um centro de encontro de pessoas que
podem e devem conviver na paz, como convém a pessoas civilizadas, a pessoas de
Deus.
A celebração da Festa
será no dia 23 de abril, nós estamos nos preparando, com a novena, de 14 a 22
de abril, e, durante esse tempo, vamos ter duas carreatas que vão trazer São
Jorge à Igreja Nossa Senhora do Rosário e levar de volta à São Jorge; teremos
uma procissão luminosa em que cerca de 15 mil pessoas vão participar, da Igreja
São Judas Tadeu para a Igreja São Jorge, e teremos o dia do santo, que é no dia
23, com diversas missas, especialmente a missa campal, às 16 horas, no pátio do
Hospital São Pedro. Aquela missa, que costuma reunir cerca de 40 ou 50 mil
pessoas, vai ser presidida este ano pelo Bispo de Bagé. O Bispo de Bagé, Dom
Gílio Felício, é o primeiro bispo negro do Rio Grande do Sul e também é o bispo
que faz as relações da Igreja Católica com as religiões afro.
Cerca de 100 mil
pessoas passam pela nossa igreja nessas festividades. Então eu penso que 100
mil pessoas devem também tocar o coração dos nossos Vereadores, porque é o povo
da Cidade, desta cidade de Porto Alegre, a quem os Vereadores representam.
Essas 100 mil pessoas vão lá, todas elas no intuito de rezar e também de
confraternizar na paz.
Um convite muito
especial a todos os Vereadores: muitos Vereadores que estão aqui já colaboraram
e apoiaram a Festa de São Jorge nesses anos todos, também Vereadores que estão
aqui sentados agora, mas um, em especial, o Ver. Professor Garcia, muito colaborou
com as Festas de São Jorge, e nós queremos fazer uma homenagem a ele no dia 22
de abril, às 18h30min, na Igreja São Jorge, a última noite da novena antes do
dia do santo, dia vinte e três. Então lá seria muito bonito se nós pudéssemos
encontrar os Srs. Vereadores e as Sras. vereadoras para estarmos juntos
homenageando o Professor Garcia.
Eu soube, de antemão,
que a Rosa, que é a esposa do Professor Garcia, teria contado a ele e que ele
teria dito que quer estar lá. Se ele pode ou não é outra coisa, mas ele
manifestou esse desejo de estar naquela homenagem no dia 22 de abril.
A Igreja São Jorge
sempre se sentiu muito agradecida a todos quantos colaboraram, também aos
Vereadores e às Sras. Vereadoras. E nós agradecemos, desde já, esta
oportunidade de lançar e, ao mesmo tempo, convidar a todos para essa festa que
mexe com a Cidade, com o público, com as pessoas, não só com a Zona Leste, mas
quase com a Cidade inteira. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convido o
Padre Sérgio a compor a Mesa junto conosco. O Ver. Adeli Sell está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente,
comunidade São Jorge, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores – Ver.
Comassetto, Ver.ª Sofia e Ver. Marcelo –, quero dizer da importância que tem
essa efeméride da história do dia a dia de Porto Alegre. Estava vendo a
programação densa de vários dias. Espero, inclusive, que a gente faça uma
divulgação mais ampla, para que cada vez mais ela se torne não uma festa do
bairro, da Capital, mas da Região Metropolitana e, quiçá, de todo o Estado do
Rio Grande do Sul, como é a nossa festa de Navegantes, em outro momento. Então
vida longa a essas atividades! Sucesso no trabalho da comunidade São Jorge!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado. A
Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA CONY: Em nome da Bancada
do PCdoB, antes de tudo, Sr. Presidente, eu acho que nós temos que saudar o
novo pároco da Igreja São Jorge, que, pela primeira vez, está aqui conosco, o
Padre Sérgio Belmonte. É um prazer imenso recebê-lo aqui, dando continuidade a
essa relação tão importante que a Câmara Municipal tem com a igreja São Jorge,
pelo que ela representa e pelo que representa São Jorge, tanto na religião
católica quanto na religião de matriz africana. Eu, como filha de Ogum, peço a
benção sempre nos momentos em que me dirijo à Igreja São Jorge, seja em
momentos de festas, seja em momentos de reflexão, porque os templos,
independentemente das crenças, são sempre espaços de reflexão para os seres
humanos.
Então, ao lhe dar
boas-vindas, quero também lhe cumprimentar por essa ideia de trazer o bispo de
Bagé que faz essa relação com as religiões de matriz africana. É uma relação
que respeita a maior riqueza que a Nação brasileira tem, que é a nossa
diversidade humana e cultural. Com certeza, não só na confraternização pela paz
que a igreja vai fazer no dia 23 – todos nós, que temos as nossas crenças,
vamos estar lá –, mas também na homenagem ao nosso querido colega Professor
Garcia. Acho que é um momento importantíssimo, porque o corpo não é apenas
matéria; o corpo é matéria e espírito. E com certeza, nós podendo estar lá,
nesta homenagem ao Professor Garcia, nós estamos ajudando naquilo que todos nós
queremos que é a sua recuperação. A Rosa Garcia é uma mulher maravilhosa, é da
luta das mulheres, é uma amiga de uns 40 anos. Então, o que a Igreja vai fazer
com essa homenagem ao Professor Garcia, é uma homenagem à cidade de Porto
Alegre, também, por um homem que sempre se destacou na busca de trabalhar pela
cidade de Porto Alegre. Muito bem-vindo, muito bom conhecê-lo e vamos estar
juntos, como sempre.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr.
Presidente, eu quero saudar e cumprimentar o Padre Sérgio. Quando cheguei aqui
em Porto Alegre e morei no Partenon, frequentava muito a Igreja de São Jorge;
e, na nossa religião, a religião de terreiro é Ogum, o grande guerreiro,
justiceiro. E nós queremos cumprimentá-lo, em nome do PSD. Peguei e li aqui,
tem um tema muito importante, para o mundo: Jesus Cristo é o rosto da
misericórdia do Pai. Eu acho que nós todos deveremos fazer uma grande reflexão
sobre esta frase: Jesus Cristo é o
rosto da misericórdia do Pai. Nosso Pai maior. Hoje eu frequento muito a Igreja
das Dores, no Centro, mas sempre dou uma passada na Festa de São Jorge, ali no
morro, porque eu acho importante, assim como eu peço aqui, sempre que subo na
tribuna, pela educação, pelo esporte, a inclusão da criança, principalmente, da
criança carente, através da educação e do esporte. Assim também eu prego muito
a fé. A nós, homens de boa vontade, temos que ter muita fé, porque a gente
atravessa uma ponte muito perigosa, e só com a fé nós vamos conseguir
atravessar essa ponte. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro
Vereador, Cassio Trogildo, nosso Presidente, eu falo aqui em meu nome, em nome
do Ver. Paulinho Motorista, em nome também do nosso partido, o PSB, cumprimento
o Padre Sérgio pela presença aqui conosco porque é uma tradição aqui na Câmara
recebê-lo todos os anos, e isso muito bom, é um momento de religiosidade para
nós, isso faz muito bem para a alma de todos nós, do povo brasileiro. Receba a
minha saudação, meus cumprimentos pela vossa presença e pela festa em si, que é
marco para a Cidade de Porto Alegre. Cumprimento
também pela homenagem que se presta ao nosso querido Vereador Garcia. Estaremos
lá, se Deus quiser. Quero dizer que tenho sido, por diversos anos,
relator-geral do Orçamento aqui na Câmara até pela minha formação, experiência
de anos na área de Orçamento público, e o Ver. Garcia, nos últimos anos,
apresentou proposta de emendas ao Orçamento para recursos orçamentários para a
Festa, e, neste ano, fui eu que apresentei, mas quero lembrar ao senhor que, na
verdade, apresentei em nome dos Vereadores da Câmara e também muito em
homenagem ao nosso querido Ver. Garcia. Portanto, meus cumprimentos, estamos
juntos, e saúdo o senhor, a todos os paroquianos e ao porto-alegrense por essa
bela Festa que aqui se realiza. Um abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª
Lourdes Sprenger está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente,
cumprimento esta comunidade que há 63 anos mantém firme a Festa de São Jorge.
Pelos números, há cada vez mais adeptos, um santo fervoroso, também pela
homenagem, falo em nome da Bancada do PMDB - Ver. Idenir Cecchim, Ver. Pablo Mendes, Ver. Valter Nagelstein -, uma homenagem ao nosso colega Garcia que se
recupera dos problemas de saúde, e faremos um grande esforço para cumprir essa
agenda em sua homenagem e mesmo prestigiar a comunidade que se mantém por todos
esses anos e que continuem por mais outros longos anos porque a fé move todo o
nosso espírito, toda as nossas ações, e nunca devemos nos entregar porque com
fé se vai muito mais além. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Mauro
Zacher está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pelo Governo.
O SR. MAURO ZACHER: Presidente Cassio,
meu querido amigo Padre Sérgio, é com muita alegria que a gente se reencontra
aqui nesta Casa, e nada mais importante do que esta Casa chamar os
porto-alegrenses para esta grande festa, esta grande procissão para esse santo
que representa São Jorge, esse santo guerreiro. O senhor tem um grande papel
por onde passa, pelas igrejas que passou, pelo trabalho que exerce; fica muito
além de ser um grande interlocutor da fé católica: é um grande líder de uma
comunidade, está sempre envolvido. Por isso eu tenho uma grande admiração pelo
senhor. Com certeza, estaremos lá presentes, não mais na Nossa Senhora das
Graças, mas, agora, na Igreja São Jorge, contribuindo, participando,
acompanhando esse grande movimento de fé que a Cidade faz. Parabéns, conte
sempre com este amigo devoto, que tem uma grande admiração pelo seu trabalho.
Parabéns!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Delegado Cleiton está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DELEGADO CLEITON: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Eu queria saudar, também, alguns
amigos: o Paulinho, o Aristeu, o Paim, o Carlos Adamatti, a Dona Ivone e o
pessoal do andor, que estão aqui presentes, que são as pessoas, padre, que, com
a sua fé e o seu respeito a São Jorge, estão sempre trabalhando em torno
daquela comunidade. Eu queria também dizer para o senhor, até foi uma
coincidência, uma coincidência boa, que eu não sabia, apesar de estar na Pauta,
eu não tinha visto que o senhor viria hoje aqui. E eu cheguei atrasado, porque
eu estou vindo do Hospital Mãe de Deus, onde fui visitar o nosso querido amigo
Professor Garcia. Por um acaso... Por um acaso não; na verdade, não foi por um
acaso. Quando eu saí, eu disse a ele que São Jorge, que é o nosso protetor,
iria dar aquela luz, aquela bênção que ele merece, por saber que ele é alguém
que tem, em São Jorge, a sua fé e a sua divindade.
Quando o Professor
Garcia ficou enfermo, no primeiro dia, antes mesmo de ir lá vê-lo, a primeira
coisa que eu fiz foi ir à Igreja São Jorge, onde eu comprei um rosário e dei
para o antigo padre benzer, porque o padre já conhecia o Garcia por tudo o que
ele fez, faz e fará pela Igreja São Jorge, em nome de São Jorge. Comprei uma
vela, que acendi lá no local e levei para a Rosa, para a esposa do Prof.
Garcia. Foi uma coincidência boa o senhor ter vindo hoje, justo quando fui
visitar o Prof. Garcia. Quero dizer para os Colegas que ele está melhorando e
que bom que ele esteja no dia da comemoração lá. Falo em nome da Bancada do
PDT, dos Vereadores João Bosco Vaz, Mauro Zacher, Marcio Bins Ely e este
Vereador. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela
oposição.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente e
Padre Sérgio, venho aqui em nome do PT, do PCdoB e do PSOL, primeiro, comentar
que o senhor, Padre Sérgio, além de representar o trabalho religioso,
representa aqui uma comunidade, a Paróquia de São Jorge. Quero lhe
cumprimentar, como ao João, ao Lupi, e a vários outros que estão aqui, que
representam essa comunidade e que têm todo um envolvimento em uma região onde
há um dos temas que todos nós buscamos e persistimos, que é retomar à luz e a
humanidade no Presídio Central, que está muito próximo de vocês e onde vocês
também trabalham. Com a sua vinda, claro que não temos como lembrar, relembrar
e potencializar as energias com o senhor, desejando ao Prof. Garcia plena
recuperação e que ele possa estar conosco no ano que vem, anunciando novamente
a festa de São Jorge, junto com o senhor e com a comunidade. Vida longa para os
que lutam por uma sociedade de paz, um trabalho contínuo e permanente. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Prof. Alex
Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, Padre
Sérgio, falo em meu nome e da Ver.ª Fernanda Melchionna, da Bancada do PSOL.
Gostaria de saudar e parabenizar o senhor e toda a comunidade da Paróquia São
Jorge, que fazem essa festa todos os anos, muito bonita e muito volumosa, com
bastante participação popular, e principalmente pelo que ela representa: o
respeito, a aceitação de toda diversidade, à pluralidade que forma o povo
brasileiro, o respeito às diferentes etnias, às diferentes crenças, o respeito
ao povo em geral. Parabéns a vocês e que essa festa possa se propagar e continuar
por muitos anos. Parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Sr. João
Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Quero, em nome
da minha bancada, dos Vereadores Kevin Krieger, Guilherme Socias Villela,
Mônica Leal e no meu, cumprimentar e agradecer a presença do Padre Sérgio
Belmonte, que é pároco da Paróquia São Jorge; do Jorge Paim, que é o
coordenador-geral da festa; do Aristeu Simões Pereira, que é o coordenador-geral
do conselho paroquial, do Lupinho, da Beatriz, do Adamatti, do Paulo Roberto,
que vieram aqui trazer, também, a imagem de São Jorge para visitar e deixar uma
benção nesta Casa.
Eu também sou o
Presidente da Frente Parlamentar do Turismo, e nós sabemos que a Festa de São
Jorge é a segunda maior festa religiosa de Porto Alegre, que tem uma
programação impressionante e está no calendário oficial da Cidade, graças ao
projeto do Ver. Professor Garcia. Teremos novenas dos dias 14 a 22, às
18h30min. No dia 22, último dia da novena, teremos uma homenagem ao Ver.
Professor Garcia, e convidamos todos os Vereadores para lá comparecerem, para
rezar para São Jorge proteger o Ver. Professor Garcia. Então eu acho que esta
Casa tem uma necessidade imensa de estar lá, rezando pelo Ver. Professor
Garcia. Também nós vamos ter a procissão luminosa, e, ainda, no dia do Santo,
teremos uma missa campal e a famosa procissão de São Jorge, no dia 23, no
sábado, nas proximidades do viaduto São Jorge, que está embelezando a nossa comunidade.
Padre Sérgio,
parabéns, muito obrigado, vamos constituir essa festa, além de ser um grande
evento religioso, espiritual, que seja um evento que vai proporcionar o turismo
na nossa Cidade. Parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Em meu nome, em nome
do Ver. Dr. Thiago e do Ver. Dinho, quero saudar o pároco Sérgio Belmonte, a
quem tive a alegria de compartilhar uma noitada especial, junto com o Dr.
Thiago, na rádio Bandeirantes, quando antecipávamos o nosso comprometimento com
os festejos do santo guerreiro. Já vi que foram enfatizados vários fatos que
vão ocorrer durante este período, as novenas, a homenagem ao Professor Garcia,
mais do que justificada, as orações que faremos a seu favor, e, no meu
entendimento, o nosso pároco sabe perfeitamente bem disso, que fiz uma
profissão de fé no sincretismo, como uma grande evolução na unidade dos crentes
em Deus, em favor da paz da humanidade, que terá um dia muito especial, quando
da missa campal, que deve ser oficiada, pelo que o senhor nos informou, pelo
bispo de Bagé, primeiro bispo negro do Brasil, que esteve muito tempo designado
em Salvador, Bahia, e que é o próprio êmulo do sincretismo que estará presente
aqui conosco no penúltimo dia, que é dia 23, acredito, data da missa campal a
ser realizada nas proximidades do Hospital São Pedro, como disse bem.
Repito hoje aqui o
que disse pelo rádio, do meu compromisso, minha satisfação, sendo que a
informação sobre a rústica, a caminhada, não sei se foi cancelada, se está em
desenvolvimento, vou cobrar do Lupinho, depois, maiores informações sobre isso,
certo. O Lupinho está aí, já vi o Carlos Adamatti também, são nossos interlocutores
na comissão. Um abraço, padre Sérgio, volte sempre aqui; o senhor sabe que
gostamos muito do seu trabalho, sei que é a primeira festa que o senhor conduz,
vai ser uma festa para frente, valiosa, uma grande festa religiosa, festa dos
cristãos, enfim, das religiões de matriz africana, de todos aqueles que vão lá
saudar o santo guerreiro. Um abraço para o senhor; volte sempre aqui conosco.
Temos muito carinho pelo senhor.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Agradeço a
presença do Padre Sérgio Augusto Belmonte, pároco da Paróquia São Jorge, bem
como a todos os componentes da Igreja. Desejo uma excelente festa, a qual
estaremos acompanhando. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h48min.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 14h49min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos às
Hoje, este
período é destinado a tratar o assunto da atuação do Núcleo de Defesa Agrária e
Moradia da Defensoria Pública/RS na promoção em defesa do direito à moradia.
A Sra. Adriana
Schefer do Nascimento, Defensora Pública, está com a palavra.
A SRA. ADRIANA SCHEFER DO NASCIMENTO: Boa tarde a
todos e a todas, na pessoa do Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo, cumprimento
os Vereadores e Vereadoras presentes nesta solenidade e demais representações,
plateia, imprensa. Inicialmente, Presidente, a Defensoria Pública, por meio do
Núcleo de Defesa Agrária e Moradia, agradece a esta Casa Legislativa a
disponibilização deste espaço, o qual, para nós, é bastante relevante porque
marca um espaço institucional que a Defensoria Pública, em âmbito nacional,
está buscando durante a Semana Nacional de Luta pelo Direito à Moradia. As
Defensorias Públicas, em todo País, identificando essa necessidade de melhor
discutir os assuntos atrelados ao direito à moradia, instituíram a semana
nacional. Então, inicialmente, agradecemos este espaço disponibilizado, que
sempre é muito importante. A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul,
então, estabeleceu um espaço dentro de um núcleo especializado de defesa
agrária e moradia para se discutir essas políticas institucionais. Esse espaço
é dedicado à articulação das políticas públicas e também à formação de um elo
de solução de conflitos. A Defensoria Pública no meio dessa temática atualmente
que nós temos de regularização fundiária, de conflitos fundiários urbanos vem
desenvolvendo um trabalho bastante promissor, aproximando as partes nesse
diálogo das comunidades. A Semana Nacional do Direito à Moradia prevê várias
frentes de trabalho, dentre elas nós buscamos aproximar tanto da Câmara quanto
da Assembleia realmente a fiscalização e
a implementação de vários instrumentos que nós temos na lei, e muitos não são
implementados dentro da política urbana de regularização de áreas irregulares e
assentamentos. Nesse sentido, Vereador, nós dialogamos muito com esta Casa
Legislativa, talvez nós sejamos um dos núcleos com os quais os Vereadores mais
dialogam, dos diversos partidos e das diversas demandas, tanto no conflito
fundiários, quanto na regularização fundiária, na construção de alternativas
para a política urbana. Dialogamos muito também com o Executivo Municipal. E
por que, então, esse espaço de diálogo? Porque, cada vez mais, nós
identificamos que as demandas envolvendo a defesa agrária e defesa da moradia
estão ficando cada vez mais complexas e tão somente o Executivo e, no caso, a
Câmara não conseguem dar conta dessa demanda sem que haja a união de outros
parceiros, outros partícipes de outras instituições, de outras demandas. Então,
nesse sentido, o Núcleo vem desenvolvendo essa aproximação institucional, e
estamos tendo muito êxito em trilhar esse caminho. Nós poderíamos destacar aqui
três grandes linhas de trabalho que o núcleo vem desenvolvendo. A primeira delas
diz com a regularização fundiária. O que nós temos, Vereadores? E é um fato que
nós, aqui no Rio Grande do Sul, desconhecemos. O Rio Grande do Sul,
infelizmente, ocupa o primeiro lugar em irregularidade fundiária. Mais da
metade do nosso território é irregular fundiariamente. Isso gera um impacto, em
âmbito municipal, enorme, no aspecto financeiro, no aspecto social, no aspecto
remuneratório de arrecadação. Por quê? Porque, no momento em que nós não temos
um imóvel regular, este imóvel não contribui com IPTU, não arrecada ITBI, não
há como ter uma contrapartida do ente federal, não conseguimos, dentro de uma
ótica social, planejar políticas de saúde, de saneamento, assistenciais,
educacionais, enfim, todas as políticas com as quais o Município precisa dialogar
e executar. A irregularidade fundiária para nós tem sido uma bandeira que
estamos desenvolvendo juntamente com a Famurs e com o IRIB, buscando promover
junto aos municípios a inversão deste dado alarmante de mais de 50% do
território gaúcho ser irregular. Infelizmente a nossa Capital não é diferente.
Temos um dado fornecido pelo Departamento Municipal de Habitação de Porto
Alegre de que há 750 áreas irregulares. E áreas irregulares, senhores, não
significam áreas em que há ocupação irregular, conflito fundiário. Não, são
nossos bairros aqui de Porto Alegre, antigos, com nomes de ruas, com CEPs, com
arrecadação de IPTU, mas cujos proprietários não têm a matricula no seu nome.
Então, estamos
buscando reverter com várias ações esse papel da regularização fundiária tanto
no âmbito urbano quanto no âmbito rural.
Outra temática que o
núcleo tem desenvolvido é, juntamente com os municípios, conseguir da melhor
forma aplicar política urbana de promoção de habitação de interesse social.
Sabemos que atualmente a maioria dos municípios está atrelada ao Programa Minha
Casa, Minha Vida, promovido pelo Governo Federal. Este programa não dá conta da
demanda, mas, mesmo existindo, ainda muitos municípios não conseguem executar
essa política de um modo mais adequado, como é o caso de Porto Alegre. Estamos
enfrentando diversos problemas nesta ótica. Temos um déficit habitacional na
nossa Capital alarmante. Temos um cadastro habitacional que não é atualizado
desde 2009. E temos uma baixíssima produção habitacional. Diante desses dados,
nós dialogamos com o Executivo e com a autarquia habitacional, buscando a
reversão desses dados, a identificação dos problemas, para que essa política
não venha a ser implementada.
No último dia 4 de
abril, estivemos em Brasília dialogando com a Secretaria Nacional de Habitação,
pois os critérios para o Minha Casa, Minha Vida alteraram, já está na sua
terceira publicação. E diante dessa alteração, teremos o Cadastro Habitacional
Único, que é uma inovação que o Ministério das Cidades está trazendo,
justamente pelos problemas dos Municípios administrarem o seu cadastro. Haverá
a previsão de obrigatoriedade de atualização dos cadastros a cada dois anos e
do repasse desse cadastro ao Governo Federal, também visando a extrair desse
contexto os critérios adicionais de seleção esdrúxulos que muitos Municípios
adotam, que não é o caso aqui de Porto Alegre. Mas no caso de Porto Alegre
adotar algum critério não previsto da lei, também terá de pedir a chancela do
Governo Federal. Então, o Núcleo vem trabalhando nessa sistemática, entendendo
a política e conseguindo executá-la juntamente com o Município, auxiliando para
que não tenha nenhuma demanda preterida ou não executada por falta de
conhecimento da temática.
E a terceira linha
que o Núcleo vem desenvolvendo também, todas elas em âmbito estadual, mas como
estamos localizados em Porto Alegre, então acabamos tendo uma relação muito
próxima, até por ser a Capital e ter problemas complexos, diz respeito aos
conflitos fundiários urbanos, Vereadores. Aqui, muitos dos senhores, se não a
maioria, já demandou na NUDEAM, buscando um apoio, uma orientação, um auxílio,
um caminho, uma audiência, enfim, voltado aos conflitos fundiários urbanos,
fruto muito da ausência dessa política pública e da ausência da regularização
fundiária das áreas. Então, nós temos o conflito, que é apenas o reflexo do
problema habitacional. Existem as ocupações urbanas, as quais temos várias em
Porto Alegre. E aqui já faço questão de fazer uma grande distinção entre
ocupação e invasão, algo que, na técnica atual, nós temos por várias diretrizes
normativas. Nós temos a invasão, quando temos uma relação envolvendo
particulares, ou seja, “a” versus “b” que invadiu uma área, um trecho de terra.
E nós falamos em ocupação quando ocorre em razão de uma ausência de produção de
uma política pública, por uma violação de um direito humano, no caso, o direito
à moradia, que é um direito constitucional, um direito assegurado na nossa lei
maior, na Constituição Federal, de tal igualdade à saúde, ao lazer e à
educação. Entretanto, nós temos esse direito preterido em conflito com outro
direito constitucional, que é o direito à propriedade. Então, quando nós temos
essa colisão de direitos em que temos pessoas que não conseguem acessar a sua
habitação, pessoas que se enquadram naquelas em que o Município, como gestor do
solo, deve promover a política urbana, essas pessoas acabam, por força de uma
necessidade, ocupando área privada, pública, federal, estadual ou área de
risco, enfim, todas as áreas. Então, aí, nós temos uma ocupação e não uma
invasão. É um termo, inclusive, senhores, que está chancelado pelo novo Código
de Processo Civil, que entrou em vigor dia 18 de março: “Art. 554: Quando
houver uma ocupação de um grande número de pessoas...”. Segue o artigo prevendo
que deverá haver a intimação da Defensoria Pública, um artigo que fala da
atuação obrigatória da Defensoria Pública em conflito coletivo, reconhecendo a
palavra “ocupantes” e não “invasores”. Então, é um marco muito interessante,
muito importante para nós.
Então, deste trabalho
do Núcleo nós tiramos que: pensando na regularização, na política urbana e no
conflito fundiário, nós poderíamos e muito avançar se conseguíssemos
implementar os instrumentos do Estatuto da Cidade. Isso não é novidade, sei que
esta Casa Legislativa é muito capacitada, tem Vereadores com os quais eu
dialogo e conheço muito de suas demandas e capacidades, mas esta Casa
Legislativa está devendo ao cidadão porto-alegrense um aprofundamento na
discussão da política urbana quanto à implementação do Estatuto da Cidade. Nós
temos leis suficientes, leis adequadas em âmbito estadual, municipal e federal,
mas falta implementação, por exemplo, dos instrumentos já previstos no ano de
2001, no Estatuto, no que diz respeito, por exemplo, ao IPTU progressivo no
tempo. Quando dialogamos com o Município, sobre a necessidade de disponibilizar
um território às pessoas de baixa renda, ou quando o Município nos informa,
Ver. Cassio, que não pode promover a política habitacional porque não há área,
que as áreas em Porto Alegre são caras, então nós questionamos: “Por que não há
a implementação do IPTU progressivo no tempo? Por que não criamos mecanismos
para proporcionar a função social da propriedade?”. Aqui não estamos falando
nada de novo, a Constituição em 1988 já previa esse instrumento, em 2001 foi
regulamentado. Por que nós não temos a implementação da adjudicação
compulsória, da desapropriação compulsória das áreas, quando elas não são
ocupadas? Por que nós temos o mapeamento dos territórios e das áreas do
Município que podem ser revitalizadas e trazidas ao mercado? Esse diálogo que
fazemos é um diálogo que não está divorciado da política nacional e estadual
urbana, ele justamente é uma construção, ele partiu de uma construção de uma
política de reforma urbana que inseriu o usucapião constitucional na sua lei,
que inseriu a função social da propriedade. E aí nós, que estamos atuando no
âmbito jurídico, questionamos: se a Constituição Federal trouxe a previsão da
função social da propriedade; se a Constituição trouxe o direito à moradia como
direito constitucional; se condicionou a propriedade ao cumprimento da sua
função social, por que nós não, a partir dessa legislação implementamos os
instrumentos do Estatuto da Cidade, que é uma legislação exemplar, ímpar em
âmbito mundial, só que pouquíssimo efetiva? Podemos contar nos dedos, talvez da
minha mão esquerda, os Municípios que no Brasil implementaram esta política
pública. Tive agora uma informação recente de que Vacaria tem na sua
legislação, no seu Plano Diretor – não conheço se está implementando, mas tem,
no seu Plano Diretor, IPTU progressivo e desapropriação compulsória.
Então,
assim, Vereadores, aqui o Núcleo vem justamente talvez construir e propor esta
construção à Casa Legislativa, de que maneira estes instrumentos podem ser
implementados, de que maneira podemos atender esse déficit, porque nós sabemos
que os recursos financeiros são limitados, são restritos; entretanto, nós
podemos, com criatividade, construir alternativas a partir do que a lei nos
permite para proporcionar aos moradores e aos munícipes uma melhor qualidade de
vida. Quem tem moradia tem saúde, tem educação, tem equipamento público, tem
saneamento. Quem não tem moradia ou está ameaçado de perder a sua moradia não
consegue manter o filho na escola, não consegue ir ao trabalho. Nesse sentido,
nós não concordamos com as ocupações, não é algo que seja positivo e creio que
nem as pessoas que ocupam concordam; elas se veem compelidas, às vezes, a
realizar um ato desses por uma ineficiência da política pública, ressaltando
que cabe ao Município, cabe ao gestor público municipal a efetivação da
política pública no que toca à moradia de interesse social. Nós temos que,
diante desses pilares do nosso Estado Democrático de Direito, buscar, da melhor
forma possível, a implementação desses instrumentos.
A Defensoria Pública,
por meio do Núcleo, é parceira da Câmara, parceira do Município. Dialogamos
constantemente para trazer este nosso olhar, este olhar que a Defensoria
Pública tem na sua Lei Federal e que deve cumprir, que é o de promotora de
direitos humanos. A Defensoria Pública, na sua atuação máxima, deve promover os
direitos humanos e não apenas defender, porque defender é quando ele já foi
violado; e promover é tentando uma prevenção, uma organização da política
habitacional. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convido a
Dra. Adriana a fazer parte da Mesa. O Ver. Engº Comassetto está com a palavra
em Comunicações.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente,
prezada Dra. Adriana Schefer do Nascimento, nossa Defensora Pública que está
nesse trabalho de uma Semana Nacional de uma Defensoria, que possamos dialogar
e debater em todos os espaços. Quero cumprimentar as lideranças comunitárias
aqui presentes, que lutam pela regularização fundiária.
Inicio esta fala,
primeiro, fazendo um registro, Presidente: que a Comissão de Transporte,
Urbanismo e Habitação tem encontrado na Defensoria Pública, particularmente na
pessoa da Defensora Adriana, aliados para enfrentarmos os temas que aqui nesta
Casa surgem, principalmente os temas conflitantes, e, entre esses,
principalmente as reintegrações de posse e, em sua grande maioria,
reintegrações de posse forçadas.
Dito isso, tenho
acordo com a senhora, prezada Dra. Adriana, quando fala que a Cidade e este
Parlamento, e eu acrescento o Executivo, estão em dívida com a cidade de Porto
Alegre no que significa nós avançarmos no tema da regularização fundiária, nós
avançarmos no tema dos programas habitacionais, nós avançarmos nos temas da
inclusão social através da habitação. Nós debatemos essas questões aqui com
profundidade, e aí, Dra. Adriana, posso-lhe dizer que não é por falta de
legislação, não é por falta de um marco legal de caráter nacional, estadual ou
municipal. Aqui nesta Casa nós debatemos, fizemos a reforma do Plano Diretor,
em 2010, e, nessa reforma, incorporamos um conjunto de princípios e diretrizes
que encaminham e dão todas as condições legais para que haja a regularização
fundiária. Mas isso não acontece na cidade de Porto Alegre com a velocidade de
que nós precisamos, não acontece com a profundidade de que nós precisamos. Não
dá para dizer que não tem ações, porque existem - existe um Escritório de
Regularização Fundiária -, mas estão esfaceladas. Por exemplo, em 2010, prezado
Ver. Cecchim, nós aprovamos no Plano Diretor que deveriam os núcleos que não
são urbanos serem regularizados pela SMURB, e isso em um ano e meio. Nada foi
feito até hoje. Essas comunidades continuam sem saneamento. E ontem a Tv
Restinga anunciou que o aedes aegypt
chegou ao Lageado. Esse é um problema em decorrência também da falta de
regularização. Nós temos um marco legal, a Constituição Federal, o Estatuto da
Cidade. Nós temos mais de 30 prédios no centro da cidade, Ver. Bernardino
Vendruscolo, abandonados, desocupados e nós não temos uma política urbana que
aponte para a ocupação desses prédios que estão abandonados? Nós temos os
vazios urbanos, e porque o IPTU progressivo no tempo não trabalha para que ali
haja a urbanização? Nós constituímos uma lei aqui que criou, por origem do
Executivo, algumas comissões, entre elas a Caadhap, Comissão de Análise e
Aprovação da Demanda Habitacional Prioritária, que era para em 90 dias aprovar
um projeto. Quem consegue aprovar em um ano e meio, dois anos, é muito rápido.
Esses temas batem aqui na Casa. Para concluir, hoje são 50 comunidades com
reintegração de posse e todas elas recorrem à nossa Comissão, à CUTHAB, mas
quando já tem a reintegração feita, o que não nos dá margem para poder
trabalhar, negociar e discutir.
E, por último, Sr.
Presidente, eu quero cumprimentar a Defensoria, que foi uma propositora para
criar um núcleo jurídico de resolução de conflitos no Rio Grande do Sul, e
iniciou aqui por Porto Alegre. Venho aqui trazer o agradecimento em nome da
CUTHAB, e não está aqui o Presidente, Ver. Elizandro Sabino, mas creio que
posso falar em nome da CUTHAB, no sentido de dizer muito obrigado à Defensoria
pelo...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ENGº COMASSETTO: ...pelo apoio que
traz na busca da resolução dos conflitos urbanísticos que aqui chegam. Um
grande abraço e boa luta, Dra. Adriana. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, saúdo a Dra. Adriana de Oliveira
Schefer do Nascimento, Dirigente do Núcleo de Defesa Agrário e Moradia. Sra.
Defensora, eu a ouvia atentamente e quero dizer que me somo também ao Ver. Engº
Comassetto, pois há sim, com certeza absoluta, um sono profundo nos homens
públicos deste País, a começar por Brasília, e que vai parar lá em Irai, a
terra onde nasci, onde de forma exagerada invadiram terras, pois não sou da
época da ocupação. Acho que a ocupação é um capricho jurídico e político.
Ocupação para mim é um capricho jurídico e político. Sou daqueles que consigo
enxergar mais as invasões e não as ocupações. Sou daqueles que entende que
todos deveriam ter condições mínimas de morar e quando digo condições mínimas
de morar vou da época em que eu consegui o meu primeiro imóvel através de
cooperativa habitacional, então eu conheço a matéria. Estou a 40 anos
trabalhando com administração de imóveis, conheço o assunto. Até este momento
presente onde nós estamos vendo o grande projeto do Brasil, “Minha Casa Minha
Vida” que é de uma vontade extraordinária, mas de uma incompetência exagerada
na execução desse projeto. Vou citar como exemplo apenas um conjunto: Arlindo
Krenz, ali em Canoas. Foram 420 unidades entregues sem as mínimas condições. As
unidades sequer têm matrícula, muito menos convenção de condomínio para regrar.
Porque uma comunidade com 400 famílias tem que ter regras para que se possa
fazer os regramentos devidamente registrados, o imóvel, a grande gleba tem que
ser individualizada e todas as unidades receberem as suas matrículas.
Posteriormente se encaminha a convenção no registro de imóveis. Pois lá sequer
fizeram a individualização, entregaram à toque de caixa, as pessoas estão em
uma angústia, não conseguem cobrar condomínio como deveriam, não conseguem ter
condições de pagar a Corsan como devem, porque não tem condições, não conseguem
arrecadar, as pessoas que foram morar não foram preparadas. Por isso busquei lá
atrás, quando eu recebi meu primeiro imóvel. Há muitos anos, nós éramos
preparados. O Inocoop, Instituto Nacional das Cooperativas preparava as pessoas
para morar em comunidade. Porque não é pegar alguém debaixo da ponte, com todo
o respeito a essas pessoas, que precisam ser retiradas de lá, sim, mas elas
precisam receber todo um ensinamento, um treinamento, precisam ser preparadas
para morar em comunidade, não do jeito que está, não do jeito que estão
fazendo, não tem como. Citava aqui o colega, Ver. Comassetto, as questões aqui
no centro da cidade de Porto Alegre, porque é uma vergonha, tem esqueleto no
centro de Porto Alegre, aquele “cartaz” de Porto Alegre está há mais de 60
anos. Quantos governos passaram neste período e não conseguiram resolver?
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sou defensor
de resolver, não tenho as paixões que a senhora tem, que defende uma bandeira
política como se ela fosse a salvadora da pátria. Pode ser que no seu governo
tenha gente de boas intenções, mas são muito poucas. E vou lhe dizer mais: tem,
sim, culpa, Procuradorias, Ministério Público, Judiciário, Legislativo,
Executivo; todos nós temos, porque quando querem, quando há interesse, até o
Judiciário legisla. Todos estamos equivocados.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Engº
Comassetto assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra em Comunicações.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero que as minhas primeiras palavras sejam
de agradecimento pela presença da Dra. Adriana, hoje aqui conosco, com
importantes contribuições e, inclusive, trazendo a esta Câmara Municipal o seu
significado na busca de uma reforma urbana. A Dra. Adriana é partícipe em
vários momentos aqui conosco e nós também, muitos de nós com ela, na
Defensoria. A sua intervenção nesta tribuna, Dra. Adriana, eu tenho a convicção
de que é resultado do seu cotidiano de trabalho, de prática política,
representando a Defensoria, não só para a solução de conflitos, mas também e
fundamentalmente para que nós possamos ter uma política urbana através da
reforma urbana urgente e necessária que precisamos fazer na cidade de Porto
Alegre e em todo o Brasil. Quero cumprimentar os companheiros dos movimentos
sociais que estão aqui através da UAMPA, da Conam, do Movimento Nacional De
Luta Pela Moradia e de tantos outros movimentos. Gostei muito, Defensora,
quando a senhora caracterizou o significado de ocupação. Não é um capricho
jurídico, não é um capricho jurídico! Caprichos são outras coisas, inclusive, o
não respeito à função social da terra e, inclusive, o valor da terra, que,
muitas vezes, implica não podermos efetivar as políticas públicas. A palavra
ocupação põe por terra a violação de direitos humanos. O povo ocupa, porque não
há política pública para a demanda que os trabalhadores e as trabalhadoras
trazem. Porque não são marginais, como, muitas vezes, são olhados aqueles que
ocupam: são trabalhadores, homens e mulheres, e muitas mulheres chefes de
família. São as demandas que os trabalhadores e as trabalhadoras trazem ao
Poder Público para o exercício de um direito: o direito à moradia. Inclusive,
que esse direito à moradia possa ter a visão republicana de responsabilidade da
União, do Estado e do Município e também as transversalidades com outras
políticas públicas. Porque não basta moradia; tem que ter acesso à saúde, tem
que ter acesso à educação, tem que ter acesso à segurança pública, tem que ter
acesso à esporte e lazer e tem que ser também na perspectiva de que o povo
possa se organizar para garantir seus direitos e que não seja criminalizado
porque se organiza. Por outro lado, quero falar aqui, como a Defensora trouxe,
a respeito do Estatuto da Cidade: havia 800 pessoas aqui nesta Casa na 5ª
Conferência Nacional das Cidades – etapa Porto Alegre. O Comassetto foi eleito
para nos representar no Conselho Nacional, e eu, pelo segmento de Vereadores,
para nos representar no Conselho Estadual das Cidades. Aqui a senhora trouxe o
aprofundamento da política urbana para garantir a vigência do Estatuto da
Cidade, que foi fruto também de muita luta das comunidades e do povo
brasileiro. A senhora trouxe, por exemplo, a responsabilidade que nós temos,
sim, de resolver a questão do IPTU progressivo, os mecanismos para a função
social da propriedade, o mapeamento das áreas, encarando como uma política
pública de, repito, União, Estado e Município. Eu trago aqui uma lei de nossa
autoria, que nós precisamos resolver, mais uma vez temos que sentar com a
Prefeitura, porque nós temos que constituir o Conselho Municipal das Cidades,
que foi tirado na Conferência das Cidades; é uma lei de nossa autoria, mas nem
precisava lei, porque está no Estatuto da Cidade! Então, são questões
fundamentais. A grande maioria das ocupações – já disse e repito! – é composta
por mulheres chefes de família. A sua presença aqui não é por diletantismo; a sua
presença aqui não é por firulas jurídicas, por caprichos jurídicos; a sua
presença aqui é o cotidiano, da senhora e da nossa Defensoria...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. JUSSARA CONY: ...para buscar,
também – há momentos em que tem que buscar a resolução dos conflitos –,
efetivar a reforma urbana na cidade de Porto Alegre, e nós, sim, Vereadores,
temos essa responsabilidade, porque essa questão da moradia não passa só pela
CUTHAB, ela passa pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, ela passa pela
Comissão de Direitos Humanos, porque a moradia passa pelo direito ao trabalho –
porque quem não tem endereço, muitas vezes, não encontra trabalho – e passa
pela dignidade. Portanto, o olhar de V. Sa. para a ocupação como um direito
humano tem que ser respeitado dentro desta Casa e pelos gestores, em todos os
níveis, porque é disso que se trata: é um direito humano para que a pessoa
possa ter um endereço. Hoje estamos vivendo, em Porto Alegre, um sério
problema: nas ocupações, as pessoas não estão sendo atendidas nos postos de
saúde do Município, não têm direito ao medicamento, por quê? Porque não têm
endereço; não têm endereço por falta de responsabilidade em fazerem cumprir a
função social da terra! Muito obrigada, Defensora, por estar aqui conosco.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a
todos e a todas. Eu quero cumprimentar a Dra. Adriana e cumprimentar esta
semana, Dra. Adriana, o que os defensores públicos têm feito em todo o País, que é uma
semana dedicada à luta pela moradia popular. Nós sabemos que essa semana
condensa a luta do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia, o Nudeam, condensa a
luta dos movimentos sociais, das ocupações urbanas, das pessoas que não
conseguem acesso às políticas habitacionais, mas que é uma luta cotidiana.
Eu quero lhe agradecer e parabenizá-la, de público,
pelo trabalho que a Defensoria tem feito pelas comunidades no nosso Município e
do nosso Estado. Eu, quando fui presidente da Comissão de direitos humanos, no
ano passado, tive a oportunidade de, em muitas pautas, contar com a Defensoria
Pública, lado a lado conosco, para preservar direitos; direitos previstos na
Constituição, direitos que estão desde 1988 na Constituição cidadã e que,
infelizmente, ainda não são realidade, direitos que foram consolidados também
pelo Estatuto das Cidades, e nós não vemos uma política dos gestores no que diz
respeito a efetivar o IPTU progressivo no tempo. Inclusive nós temos um projeto
da nossa bancada instituindo o IPTU progressivo no tempo no Município de Porto
Alegre, mas seria desnecessário caso o Governo tivesse um compromisso de
instituir esses mecanismos que podem, sim, ser instrumentos de combate aos
vazios urbanos e, ao mesmo tempo para reverter a sobretaxação daquelas
propriedades que não cumprem a sua função social em políticas habitacionais,
mas não, ao contrário, nós temos a ausência de uma participação efetiva da
Prefeitura como mediadora de conflitos. Nós temos a política, lamentavelmente,
de criminalização dos movimentos sociais populares que, inclusive, nós vemos
expressos em algumas falas no Parlamento. Muito me estranha chamar de capricho
uma alteração no Código Civil, que, felizmente, já está vigorando e que não só
é a lei como é um avanço na lei, que garante que as pessoas que se organizam
pelo direito a morar sejam tratadas como pessoas que estão sem os seus direitos
constitucionais garantidos pelo Governo. Temos vários exemplos, como o Minha
Casa, Minha Vida, com o cadastro de 54 mil famílias em Porto Alegre e menos de
2 mil casas entregues. Desde 2009, não houve mais o cadastramento das novas
famílias, que também precisam do direito à moradia. Também temos as 750
comunidades irregulares – dados do próprio DEMHAB –, com ausência dos
equipamentos públicos; e temos a Prefeitura atuando como uma verdadeira
imobiliária em muitos casos. Já foram mais de 40 projetos, desde que eu estou
Vereadora, de venda de área pública que deveria ser utilizada para construção
de habitação social. E mais: nós vemos a celeridade com que tramitam nos
Parlamentos os projetos que defendem os interesses da especulação imobiliária
e, ao mesmo tempo, a morosidade com que tramitam os projetos que defendem a
comunidade.
Nós tivemos uma boa experiência na Câmara de
Vereadores de Porto Alegre – eu sempre gosto de elogiar os Vereadores – quando
aprovamos as 14 AEISs, com participação popular, com audiência na Comissão de
Direitos Humanos, na CUTHAB, na Tribuna Popular. O Governo vetou a nossa lei,
mas nós conseguimos derrubar o veto, porque 19 Vereadores – como nós, Ver.
Delegado Cleiton – entenderam que era fundamental garantir esse instrumento, a gravação
de AEIS, que deveria ser sempre usado pelo Executivo, permitindo que os
equipamentos públicos entrem e que as comunidades possam se organizar de
maneira mais vantajosa a fim de adquirirem através de cooperativas e começarem
o processo de habitação social. Esses 19 Vereadores conseguiram derrubar o
veto, mas o Prefeito foi até a Justiça questionando a inconstitucionalidade da
lei, argumentando – pasmem! – que não houve participação popular, quando esta
Casa presenciou várias reuniões públicas e várias audiências, como a Tribuna
Popular, sobre o tema. Nós, nesta semana, queremos que se fortaleça esse
espírito de luta, essa busca permanente por solução, essa busca permanente para
que a Cidade seja norteada pelos interesses das pessoas. A moradia é um direito
humano fundamental. Então nós temos a convicção de que a atuação do Núcleo, dos
movimentos sociais, de Vereadores e Vereadoras comprometidos com a pauta, de
várias instituições e vários movimentos, essa união, é fundamental para que
possamos conquistar mais moradias populares no Município de Porto Alegre, mas
muito mais do que isso, regularizar as comunidades irregulares e garantir com
que essas pessoas não estejam sempre com a faca no pescoço, porque são 50
reintegrações de posse que estão previstas para agora, em 2016. E a gente sabe
que, lamentavelmente, a Prefeitura vai servir como uma mediadora de conflitos e
não como alguém que busca com que essas famílias possam ser assentadas ou
reassentadas com dignidade, mas, infelizmente, tem usado a sua caneta para
defender interesses privados e não interesse de milhares de pessoas em Porto
Alegre que, lamentavelmente, não têm onde morar.
Parabéns pela atuação da Defensoria, a tua atuação,
à frente do núcleo com todos os defensores e a tua equipe tem sido fundamental
para preservar os direitos humanos de milhares de porto-alegrenses. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Engº Comassetto): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Boa tarde, cumprimentando o Ver. Comassetto, presidindo os trabalhos,
nesta tarde de hoje, na sessão ordinária da Câmara, cumprimento os demais
Vereadores e Vereadoras; uma saudação especial à nossa Defensora Pública,
Adriana de Oliveira Schefer do Nascimento, tive a honra de conhecê-la,
inclusive, cumprimentá-la pela exposição de fotos, naquela empreitada da
Safira. Eu quero cumprimentar V. Exa., e toda equipe pelo empenho e esforço no
sentido da regularização fundiária em Porto Alegre, em especial naquele território
urbano da Cidade; público que nos assiste nas galerias, na TV Câmara; senhoras
e senhores. Eu venho a esta tribuna também para cumprimentar o trabalho do
Núcleo de Defesa Agrária e Moradia da Defensoria Pública na promoção em defesa
ao direito à moradia, especialmente trazendo à luz do debate essa realidade que
a nossa Cidade hoje enfrenta no seu cotidiano, que é a expansão da ocupação
irregular clandestina e auto-produzida no território da Cidade que vem
ocorrendo ao longo dos anos e que se estabelece
sobre algumas realidades, especialmente em determinadas regiões que, tenho a
certeza, com o apoio do Poder Público e com uma priorização de políticas
públicas, aliado a esse interesse e dedicação também do sistema judiciário,
através da Defensoria e de outras ferramentas também tem proporcionado trazer
as pessoas que vivem hoje na irregularidade, na clandestinidade para o mundo
formal. Eu quero dizer que tivemos a oportunidade, durante o período que
respondi pela Secretaria do Planejamento, de 2009 a 2012, de compor, junto com
a Procuradoria do Município, o Núcleo e a Gerência de Regularização Fundiária
que era composta por dois núcleos, o Núcleo Jurídico e o Núcleo Urbanístico. É
muito importante que as pessoas saibam que o primeiro passo de construção de soluções,
no que diz respeito à regularização fundiária, ocorre no âmbito de planejamento
urbanístico porque, em primeiro lugar, o debate se estabelece a partir de
conceitos de ocupação do território que muitas vezes está ocupado de maneira
desordenada. Então, urbanisticamente se desenham ali soluções de largura de
rua, de tamanho de quarteirão, de testada de lote. Por isso que se inicia todo
esse processo, e às vezes as pessoas não entendem porque tem que fazer um
levantamento topográfico, porque às vezes as pessoas precisam arredar um pouco
a sua cerca em determinadas ocupações ou invasões, porque ali tem que passar
uma rua, e essa rua tem que ter uma determinada largura porque tem que passar
uma ambulância, talvez tenha que passar um caminhão de bombeiro, ou até mesmo
talvez tenha que entrar um camburão da Policia, não é Ver. Cecchim, e onde o
camburão não faz a volta não entra e onde ele não entra não tem segurança,
também para que as pessoas não se permitam viver amontoadas em verdadeiros
pombais muitas vezes. Então nós também precisamos primar para que as pessoas
possam viver com dignidade e depois, num segundo momento, vem essa questão mais
jurídica que são as formalidades de matrícula, aí são os lotes, o lote tem 10
por 30, tem 12 por 40, e esse desmembramento das escrituras e das matrículas, que é muito trabalhoso. Eu quero cumprimentar aqui a Defensoria pelo
empenho, especialmente nessa segunda etapa – que é o desdobrar formal,
transformando a realidade do cotidiano das pessoas que vivem ali, muitas vezes,
numa gleba única, tem lá um hectare que não tem divisão nem estruturação –, que
tem que ser planejada e, depois, transcrita para o mundo formal da realidade
jurídica e vai se transformar nas matrículas, nas escrituras, no domínio e na
propriedade.
Fica aqui, então, o
nosso reconhecimento à Defensoria, porque nós sabemos o quão difícil e o quão
complicado são as questões formais, especialmente de domínio e propriedade. Às
vezes, as pessoas esperam 30 ou 40 anos para conseguir uma posse, uma
propriedade, está aqui o Ver. Comassetto, que, amanhã, vai estar ombreando
comigo um tema que tem analogia com essa questão, porque as cooperativas
habitacionais estão muito organizadas também na nossa Cidade. Amanhã, a Frente
Parlamentar de Incentivo ao Cooperativismo vai estar ombreando com Vossa
Excelência, junto ao Senador Paim, lá na Amrigs, esse trabalho, que diz mais
respeito à contratação nos serviços terceirizados, mas que também tem um pouco
a ver com esta pauta.
Parabéns à
Defensoria, parabéns ao trabalho da Dra. Adriana, conte conosco! Este
Legislativo, tenho certeza, vai estar ombreando com vocês também nas soluções
dos problemas urbanísticos da nossa Cidade.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Quero fazer assim como outros aqui
fizeram, deixando o nosso reconhecimento, Dra. Adriana, porque nós
já estivemos, em muitos momentos, em situação de conflito, EM situações
limites, e encontramos uma tábua de salvação, pelo menos uma janela ou uma
pequena ponte de apoio na sua atuação, na nova atuação da Defensoria organizada
em núcleos, nas novas dimensões de trabalho que a Defensoria vem assumindo,
saindo daquele atendimento individual apenas para as pessoas mais vulneráveis,
de uma advocacia individual. Acho que a Defensoria teve muito esse perfil, não
abandonou, mas trabalha com núcleos, com temáticas, com recorrências, com uma
solidez em relação a políticas públicas. Por exemplo, sobre o Minha Casa, Minha
Vida, aqui em Porto Alegre, eu fui aprender com a Dra. Adriana que os moradores
desse programa são isentos de IPTU e estavam recebendo contas altíssimas,
fazendo com que os moradores entrassem em pânico. Quero dar um exemplo singelo,
mas que mostra a importância dessa reorganização do núcleo, da liderança que a
Doutora exerce nessa área tão delicada, tão dramática, e de tão difícil
solução. Acho que essa primeira impressão dá a dimensão dessa parceria para a
Câmara de Vereadores. Para a CUTHAB, o Ver. Delegado Cleiton já foi presidente,
e eu nunca fui da CUTHAB, mas não tem ano nem mês em que estejamos envolvidos
com um drama de habitação popular em Porto Alegre – não existe. Não há Vereador
que fique isento a essa temática, porque todos nós, tendo atuação, sabemos que
a Cidade tem um grande problema - entre tantos, e não vamos diminuir os demais
-, que é a falta de prioridade para a habitação e seus moradores. Temos a
situação em Porto Alegre, desde o Governo Fogaça, que o DEMHAB deixou de ser o
grande produtor de moradia popular, porque lembro que tínhamos a conta de mil
moradias por ano, das administrações populares, projetos próprios, projetos
desenvolvidos pelos técnicos do DEMHAB – o Ver. Dr. Goulart já foi dirigente e
sabe bem –, e depois virou somente desdobramentos, e tímidos, de políticas
federais. Quando tínhamos a indução, a produção de políticas próprias pela
Administração, pelo Governo, pelo DEMHAB, nós não tínhamos política federal
para a habitação popular. Infelizmente, a dicotomia é tão ruim aqui para os
nossos dirigentes da luta pela moradia que, a partir do momento em que o
Governo Federal assume como prioridade, como um grande problema brasileiro,
passa a ter uma marca de 3 milhões de moradias populares construídas neste País
pelo programa Minha Casa, Minha Vida, em pouco mais de uma década. Isso é muito
pouco diante do problema brasileiro, um problema que nasce da escravização do
povo negro, Ver. Delegado Cleiton, Ver. Tarciso, que é despejado das fazendas,
com a dita abolição, sem moradia, com o êxodo rural, com a falta de
redistribuição da reforma agrária, da redistribuição de renda. O nosso País
acumulou as famílias, a sobrevivência, em torno das cidades, sem a condição de
moradia. Ora, Porto Alegre, infelizmente, a nossa Capital, é um desastre na
execução. O Governo Federal tem uma política nacional prioritária, tem indução
para construção, tem desoneração, Porto Alegre vai muito...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: ...encaminho a minha
fala dizendo que nós temos, infelizmente, em quantidade, fizemos moradias do
que Canoas, e, proporcionalmente, menos do que Esteio conseguiu fazer. Acho que
não há uma priorização de áreas, de terrenos para moradia para zero a três, e
as que temos, infelizmente, são muito fora da Cidade, agregando problemas
seriíssimos, como de segurança, de acesso à saúde, à escola, como é o caso dos
empreendimentos lá na Restinga, na borda externa da Restinga.
Eu quero encerrar
dizendo, Dra. Adriana, que diante dessa dicotomia das políticas públicas o
trabalho da defensoria é hercúleo, é heroico, e nós queremos aqui agradecer,
porque o Parlamento, se não contasse com esse trabalho de vocês, com essa
seriedade, seria muito mais frustrado na sua intermediação pela moradia
popular. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra em Comunicações.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero, Sr. Presidente, em primeiro
lugar, fazer uma homenagem aos jornalistas, pois hoje é Dia do Jornalista!
Quero render homenagens aos colegas que estão todos os dias aqui fazendo
cobertura jornalística, prestando esse serviço inestimável para a democracia,
para o correto funcionamento das instituições e para o pleno exercício da
sociedade democrática!
Sr. Presidente, quero
também saudar nossa Defensora e dizer que tenho particularmente uma ligação,
Ver. Cecchim, muito estreita com a Defensoria, porque dizia a Dra. Adriana que
meu pai, advogado, professor universitário, ex-Procurador-Geral do Município,
era o Chefe da Casa Civil, quando foi criada a Defensoria Pública do Estado, no
ano de 1991, sendo que a primeira procuradora foi a Dra. Cleomir de Oliveira
Carrão, que cedeu seu nome, saudosa Dra. Cleomir, à sede, pelo que me disse a
Dra. Adriana, da Defensoria Pública do Estado. Foi o meu velho, nos idos, no
início da década de 90, que, como Chefe da Casa Civil, fez todos os movimentos
para que fosse criada a Defensoria Pública. Acho que a Defensoria deu a nós,
advogados, uma outra significação, dentro da estrutura do Judiciário. Eu dizia
à doutora que nós chegávamos do Tribunal, Ver. Adeli, sentava o Ministério
Público, o juiz, e o advogado ficava lá longe. A partir do advento da
Defensoria, a defesa pôde sentar em condição de igualdade com o Ministério
Público, compondo a pirâmide da prestação jurisdicional. Então, fico muito feliz
com isso e acho que a criação da Defensoria deu esse caráter, que é muito
importante.
Fui Secretário do
Urbanismo, Dra. Adriana, até semana passada, por um ano – um período muito
breve, mas de grandes desafios e, permita-me dizer, sem nenhuma arrogância, de
muitas realizações. Eu cheguei à Secretaria e constatei que a burocracia é
infernal! Infelizmente a burocracia é uma das coisas que atrasa os nossos
desejos, nossa vontade de fazer as coisas. Quando cheguei, tinha mais de 1.600
processos de licenciamento atrasados; com relação ao processo eletrônico de
licenciamento, implantado no dia 24 de outubro de 2014, eu cheguei em março de
2105, e tinha somente um processo eletrônico aprovado. Saí de lá tendo debelado
esses 1.600 processos físicos e aprovado mais de 500 processos eletrônicos.
Isso numa parte, que diria é a parte reativa da Secretaria, parte que
simplesmente o Poder Público responde aos processos de licenciamento da
iniciativa privada ou dos empreendimentos, como loteamentos, condomínios e mesmo
regularização fundiária nos moldes da Caadhap, que é a comissão que trata
sobre essas questões.
E a outra parte é a do planejamento urbano. Também
tratamos de recuperar essa estrutura e deixei lá, felizmente, projetos muito
importantes, como a revitalização do 4º Distrito, que nós estamos trabalhando,
sempre olhando a lógica de evitar a gentrificação. E utilizar os instrumentos
que já existem hoje, que o Ver. Márcio Bins Ely referiu, que são os
instrumentos consagrados na legislação vigente e no Estatuto das Cidades. Se
nós fizermos, como fizemos ontem aqui, a destinação dos recursos da construção
civil, que são carimbados conforme prevê o solo criado e o próprio Estatuto das
Cidades, para investirmos em requalificação urbana e em habitação popular, nós
fazemos a cidade que nós gostaríamos de ver: a cidade democrática, onde nós
conseguimos inserir, no tecido econômico da construção civil e no adensamento
urbano, a habitação também de baixa renda. Fazendo o quê? Pegando o dinheiro da
construção civil e desapropriando terrenos e construindo prédios para fazer
habitação popular. Isso é plenamente possível. Eu acredito piamente nisso e
trabalho nesse sentido. Mas é preciso, em primeiro lugar, obviamente, se
reestruturar essas questões, e isso nós fizemos. Eu deixei, agora, na
Secretaria, e já está circulando no âmbito do Executivo, um decreto que
facilita e normatiza as questões de regularização fundiária. Nós identificamos
400 áreas na Cidade para fins de regularização, junto com a Dra. Simone Somensi
e com a Dra. Andrea Vizzotto, junto com a Proucradoria-Geral do Município,
estamos trabalhando nisso. Estamos pari
passu entregando os títulos de regularização, mas todos nós sabemos que há
um déficit habitacional...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: ...muito
grande em nosso País, histórico, e que o Brasil, Ver. Cecchim, até a década de
1950 apresentava 80% economicamente ativa no campo e 20% na cidade – isso se
inverteu nesses últimos 50 anos. Isso, obviamente, impactuou nas cidades que
não tinham planejamento urbano.
Quero dizer, por
último, que nós temos, Ver.ª Jussara Cony – eu a vi falando –, um Conselho
Municipal do Plano Diretor que é de 1939. É o Conselho mais antigo do Brasil!
Sobre esse Conselho passam todos os projetos de edificação da Cidade, ele
participa do planejamento da Cidade, são oito regiões de planejamento e todos
os grandes empreendimentos passam por esse Conselho, portanto passam pela modulação
da população. No ano passado, graça a Deus, na minha gestão, tivemos a maior
eleição da história desse Conselho, com o maior número de participantes.
Então, doutora, temos
trabalhado, lógico que é difícil, não se acaba com esse problema pela vontade
ou simplesmente pela lei...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: ...Sr.
Presidente, somente quero dizer uma frase: há que se ter determinação política
e este Governo está fazendo, não é fácil, não se extingue na demagogia. Se
fosse assim, o Minha Casa, Minha Vida estaria funcionando as mil maravilhas,
temos os problemas ambientais, temos os problemas registrais, problemas de
cartório, uma série de problemas, mas estamos enfrentando isso e tem que ser
enfrentado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Engº Comassetto): Obrigado, Ver. Valter. Quero, em nome do
Legislativo, cumprimentar o nosso ex-colega, Vereador, atual Deputado Estadual,
Maurício Dziedricki, presente nesta Casa.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente dos trabalhos, Ver. Comassetto; caríssima Defensora
Pública, Dra. Adriana Schefer do Nascimento, é extremamente importante que
possamos, nesta tarde, na Câmara de Vereadores, fazer um debate sobre esse
tema, mas, antes de adentrá-lo, gostaria de parabenizar V. Sa., cara Defensora,
e todos os Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul. V. Sas. fazem um
serviço inigualável para a população. Fazem com que várias pessoas, que não
teriam outra condição de acessar o Poder Judiciário, não fosse pela Defensoria
Pública, o acessem. Nós temos consignado na Constituição Federal o direito à
jurisdição, no entanto, sem a participação da Defensoria Pública, muitas
pessoas não teriam essa condição. A nossa Constituição Federal é extremamente
importante quando trata da questão da propriedade. Primeiro ela diz que a
propriedade deve atender a sua função social; muitas pessoas esquecem disso e
têm a propriedade como um valor. Então eu quero salientar essa questão, e está
escrito no art. 5º da nossa Constituição que a propriedade atenderá à sua
função social, e os Poderes Públicos, a lei, na verdade, estabelecerá o procedimento
de desapropriação por utilidade pública e por interesse social. Depois, no art.
6º, mais uma vez, os direitos sociais, além da saúde, da educação, da
alimentação, do trabalho, nós temos garantida a moradia. E, no art. 23, que é
importante salientar aqui, nós temos, mais uma vez, um elemento extremamente
importante que diz o seguinte no seu inc. IX (Lê.): “promover programas de
construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico”. Portanto, na Carta de 1988, nós temos garantidos os princípios
fundamentais, os direitos e garantias fundamentais e a dignidade da pessoa
humana, porque ninguém é digno se não tiver uma moradia, se não tiver esse
acesso básico às suas condições de vida.
Consequentemente
esse é o debate, temos a lei, temos a defensoria, no entanto temos dificuldades
de implementar um conjunto de questões. A morosidade do nosso Judiciário,
muitas vezes, se dá também pela judicialização de muitas coisas que, talvez,
pudessem ser resolvidas através da mediação, mas, hoje, felizmente, nós estamos
começando a usá-la.
No caso da propriedade, da terra, especialmente
aqui em Porto Alegre, na questão do acesso nas vilas populares, nós já tivemos,
desde a época em que o Ver. Décio Aloizio Schauren propôs a primeira legislação
aqui das Áreas Especiais de Interesse Social, avanços significativos, mas é
inadmissível que ainda tenhamos tantas pessoas em habitações sub-humanas e que
não tenham acesso a essa questão básica, que é a moradia e a garantia daquele
terreno que estão morando ou que pretendem morar.
Nós aqui, na gestão passada, aprovamos o
bôbus-moradia. Toda vez que uma Administração pública, nesta Cidade, mexer com
populações, por deslocamentos necessários para ampliação de vias ou outras
questões urbanas, as pessoas têm o direito de serem deslocadas para outra parte
dentro daquele perímetro mais próximo possível, em não sendo possível, têm
garantia do bônus-moradia. No caso da Tronco, da Grande Cruzeiro, mais de 800
pessoas acionaram a Prefeitura e garantiram o bônus-moradia, ou seja,
conseguiram comprar algo para si, têm a sua escritura e têm a garantia da
propriedade e da moradia. É claro que essas pessoas não podem
oportunisticamente voltar a demandar habitação popular na cidade de Porto
Alegre. Portanto, isso também é uma garantia.
Mais uma vez nossa saudação, Dra. Adriana, a V.
Exa., a todos os defensores públicos do nosso Estado. A cidade de Porto Alegre
caminha e deve caminhar cada vez mais para garantir a dignidade da pessoa
humana, através da moradia digna. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Engº Comassetto): Obrigado, Ver. Adeli
Sell.
O Ver. Elizandro
Sabino está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra em Comunicações.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a
todos e a todas, ao Presidente Comassetto, à Dra. Adriana Schefer do
Nascimento, eu não pude acompanhar a sua fala, porque justamente estava
acompanhando no Tribunal de Justiça a decisão que, infelizmente, determinou a
imediata reintegração de posse da ocupação Lanceiros Negros, esse prédio
localizado no Centro da Cidade. Então, eu acompanhei os ocupantes, que agora
seguem em caminhada para um protesto na frente do Palácio do Governo do Estado.
Bom, sobe aqui o Ver.
Adeli, estudante de Direito e leitor da Constituição Federal, para falar aqui
dos princípios que a Constituição nos traz em relação à moradia. Quero pedir
desculpas um pouco pelo juridiquês que vou falar aqui, mas infelizmente o nosso
Judiciário ainda não interpreta da forma constitucionalmente adequada a questão
do direito à moradia. Nós temos dois princípios na nossa Constituição, um logo
a seguir do outro. Um que fala no direito à propriedade, outro que fala no
direito à função social da propriedade. Para quem leu nos primeiros semestres
da faculdade, ou quem quiser se aprofundar, há um autor chamado Marcos
Bernardes de Melo, que fala dos três planos do fato jurídico: plano da
validade, da existência e da eficácia. E ele traz a figura do suporte fático,
que é algo, digamos assim, não tão simples de entender, mas algo que seria a
condição de existência de um direito. Então se a nossa Constituição diz que é
um princípio a defesa da propriedade, mas também o é a função dessa
propriedade, significa que só é propriedade, só tem abrigo no direito se
cumprir a sua função social. É isso que a Constituição de 1988 nos trouxe: se
não está cumprindo a função social, não merece amparo jurídico.
E eu quero aqui
saudar, a Ver.ª Sofia já o fez de uma certa forma, esse trabalho da Defensoria
Pública. Realmente, a Defensoria Pública, que nasce como concepção do
atendimento individualizado, até onde sei, a partir de vinte anos atrás ou
menos, começa uma atuação nas causas coletivas, o que é louvável, porque os
problemas não são só resolvidos de forma individualizada. Quero fazer a
ressalva de que a vocação principal da Defensoria Pública ainda e deve ser
sempre essa do atendimento individualizado. Preocupou-me, Dra. Adriana, ouvir
um defensor público, colega meu de faculdade, algum tempo atrás, dizer que o
Núcleo central da Defensoria talvez conte com 30 ou 40 defensores públicos, o
que me preocupou no sentido de que pareceu muitos defensores na Administração
Centralizada, ali na Rua 7 de Setembro, o que pode, de uma certa forma,
prejudicar em alguma medida esse atendimento individualizado. Então, o que se
quer é que a Defensoria continue com esse contato direto, que não terceirize
isso. Eu fui estagiário da Defensoria Pública e sei que graças aos estagiários
era possível dar um atendimento num prazo razoável, mas, também, se ao mesmo
tempo se quer uma atuação nas causas coletivas, como é o caso do Núcleo, também
se quer a garantia de que a pessoa possa, nessa cultura da judicialização de
tudo na vida, ter amparo de um advogado que atenda o seu caso concreto. É
atender de forma coletiva, mas também dar atendimento individualizado, algo que
os atendidos, as pessoas merecem, os defendidos pela Defensoria Pública. Faço
esse alerta preocupado com o andar do fortalecimento recente. E quero fazer a
lembrança de que, de alguma forma, participei, através da Secretaria de Reforma
do Judiciário, do Ministério da Justiça, de políticas de incentivos, lutamos
para que a Defensoria ganhasse o patamar inclusive remuneratório dos
defensores, para que a instituição pudesse bem atender as pessoas que não podem
pagar um advogado, uma advogada. Ficam essas questões de atento e de carinho
para com essa instituição, que cumpre esse dever fundamental de acesso à
Justiça, um direito fundamental, um direito humano na sociedade em que vivemos.
Quero só falar sobre a questão da conciliação, algo
que o novo Código do Processo Civil trouxe, um requisito inclusive para
ingressar com a ação. Nós, lá no Ministério da Justiça, quando trabalhei por um
período, em 2009, dizíamos que a Defensoria Pública era aquela que mais poderia
trabalhar com a função de conciliação, justamente por não ter interesse em
levar adiante o processo. Talvez um advogado privado não tenha tanto essa
sensibilidade, pode ser treinado para isso. A OAB já tem
iniciativas voltadas para uma política de conciliação, fazer com que os
advogados e advogadas trabalhem na mediação dos conflitos também, não só
judicializando e buscando conflitos, mas a Defensoria Pública tem um papel
fundamental – e já o faz –, que é promover esta conciliação e impedir que mais
um processo tramite por uma década, sem a garantia do efetivo direito. Esta é a
lembrança que faço, e cumprimento Vossa Senhoria. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): O Ver. Elizandro
Sabino está com a palavra em Comunicações.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, em primeiro lugar, parabenizo o Ver. Engº
Comassetto pela condução dos trabalhos neste momento em que, entre tantas
pautas, estamos trazendo o tema específico, no período de Comunicações, da
atuação do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia da Defensoria Pública na promoção
e defesa dos direitos à moradia. Eu quero parabenizar a Dra. Adriana Schefer do
Nascimento, que também é colega, advogada, atuando na Defensoria Pública.
O Ver. Marcelo
Sgarbossa referiu que foi estagiário da Defensoria Pública, e eu e o Marcelo
fomos juntos estagiários do Procon, quando estávamos na Faculdade de Direito. O
Marcelo foi um estagiário, no Procon, muito dedicado; acredito que na
Defensoria Pública também.
Dra. Adriana, temos
muito o que evoluir, sabemos disso, mas V. Sa. tem feito um trabalho
significativo e que, aqui nesta Casa, hoje, já foi enaltecido em muitas falas.
Eu tenho a honra de
fazer parte do PTB e ter na minha bancada o Dr. Goulart, que é Vereador do
nosso partido e foi o Diretor do DEMHAB no período de janeiro de 2008 a abril
de 2012. Eu cheguei, na sequência do período da gestão do Dr. Goulart, e, muito
pela sua mão, atuei como Coordenador Jurídico da Habitação do nosso Município,
do DEMHAB, e, na ocasião, fiz parte de um processo em que o protagonista foi o
Dr. Goulart, como Diretor do DEMHAB, entregando 2.600 moradias na cidade de
Porto Alegre, moradias do Minha Casa, Minha Vida, também pelo PIEC – Projeto
Integrado Entrada da Cidade e pelo Pisa – Programa Integrado Socioambiental,
que tem se desenvolvido ali junto ao Guaíba, enfim, todo um processo que busca
as melhorias das nossas águas também. Nesse sentido, também se atuou muito nos processos
de regularização fundiária e não me sai da memória o período em que atuamos na
Vila Mato Sampaio, na Vila Bom Jesus e abrimos lá, o Ver. Dr. Goulart fazendo
parte desse processo, nós todos vendo a satisfação das pessoas que tinham, Ver.
Engº Comassetto, por muitos anos, uma ocupação consolidada, não regularizada, e
então, agora, através da regularização do todo, depois das quadras, depois lote
por lote, e as pessoas recebendo na sua mão a escritura pública do seu imóvel –
o que valoriza muito o imóvel – e traz, sem dúvida nenhuma, o reconhecimento de
um trabalho árduo que é realizado pelas ações do DEMHAB, pelas ações das
Prefeituras, pelas ações do Estado e da Defensoria Pública.
Quero parabenizar, portanto, V. Sa., Dra. Adriana,
pelo trabalho que vem desenvolvendo e, por último, assinalar que tem sido
também uma parceira da nossa Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação –
CUTHAB, cujo Presidente, no ano passado, foi por o Ver. Engº Comassetto; no ano
anterior foi o Ver. Delegado Cleiton; no anterior ainda, na primeira gestão, o
Ver. Paulinho Motorista; e neste ano sou eu, que estou tendo a grata satisfação
de ter o Ver. Engº Comassetto como parceiro, na verdade ele integra a Comissão,
foi Presidente no ano passado e tem toda a memória de diversas atuações da
CUTHAB. Portanto, Ver. Engº Comassetto, quero parabenizar V. Exa. pela
iniciativa deste período de Comunicações, em trazer a Dra. Adriana Schefer do
Nascimento, que é uma parceira nas ações da Defensoria Púbica em prol da
melhoria, do benefício da busca da dignidade das pessoas. Porque moradia é
dignidade, regularização fundiária é dignidade. E nós, então, nesse sentido,
queremos parabenizá-los por este momento especial e por fazer parte da história
de todos os porto-alegrenses. Muito obrigado por este momento e parabéns pelo
trabalho.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Engº Comassetto): Muito obrigado, Ver. Elizandro Sabino.
A Dra. Adriana Schefer do Nascimento está com a
palavra para suas considerações finais.
A SRA. ADRIANA
SCHEFER DO NASCIMENTO: Prezados Vereadores, a Defensoria Pública agradece
as falas, as contribuições. O objetivo de instituir a Semana Nacional do
Direito à Moradia e de comparecer às Casas Legislativas foi atingido, que era
justamente trazer este tema, discutir de forma integrada. E isso é muito
importante, por quê? Porque, quando nós ou não conhecemos muito bem o problema
ou o negligenciamos, é a pior violação aos direitos humanos que podemos fazer,
então nós ficamos muito satisfeitos, Vereador-Presidente Comassetto. E o que o
Ver. Sabino aqui referiu, a CUTHAB é um espaço que nesta Casa Legislativa tem
acolhido as demandas. Enquanto defensora participo da CUTHAB desde quando era
Presidente o Ver. Paulinho Rubem Berta, passando pelo Ver. Delegado Cleiton,
Ver. Engº Comassetto e atualmente o Ver. Elizandro Sabino. Então reconhecemos
esse espaço de grande valia, afinal de contas a população acessa bastante a
Comissão, assim como a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor. É
muito importante que as Casas Legislativas tenham esses espaços. Na Defensoria
Pública, infelizmente, nós ainda não temos defensores suficientes como
pretendíamos, mas ainda que com o corpo reduzido, no ano passado, atendemos 500
mil gaúchos, e no Núcleo de Defesa Agrária e Moradia, nós temos em andamento
expedientes que atendem 100 mil pessoas. Essas 100 mil pessoas não estão
contabilizadas nas 500, porque justamente é o atendimento do conflito coletivo,
é a promoção da demanda coletiva. E nesse viés da coletividade, tanto eu pelo
Núcleo da Moradia, quanto meus outros colegas nos demais Núcleos estão
conseguido atingir demandas que nós, individualmente, com certeza não
conseguiríamos. Infelizmente também nem todos os núcleos têm um defensor e o
Vereador referia sobre a quantidade na administração e nós somos 11 na
administração e nos núcleos apenas 3 nos 10 Núcleos. Então temos ainda uma
precariedade. Núcleos como o Núcleo Ambiental, o Núcleo do Consumidor não têm
defensor exclusivo como eu sou exclusiva no Nudeam – Núcleo de Defesa Agrária e
Moradia. Nós temos apenas no Nudeam
o Núcleo da Mulher e o Núcleo da Criança e do Adolescente com defensores
exclusivos e então são conquistas que a sociedade já obteve e que nós
pretendemos ampliar e jamais autorizar o retrocesso. Então o que gostaria de
deixar a esta Casa é que o trabalho não é da Adriana, o trabalho não é do
Núcleo. O trabalho é da Defensoria Pública e para a população, em última
análise, a demandada para promover deve ser a Defensoria Pública quando os
demais órgãos não forem suficientes. E sempre pautando por um trabalho
conjunto, um trabalho de solução extrajudicial, de solução efetiva. No Núcleo,
Vereador, em 3 anos eu não ajuizei 1 processo. Nós não ajuizamos um processo
contra o Município, um processo contra o Estado, contra o DEMHAB, contra a
SMAM, órgãos públicos ou particulares, nós, sim, realizamos, em mais de um ano,
mais de 400 reuniões, aproximando as partes, dialogando na solução do conflito.
Esta é a solução que a Defensoria Pública tem adotado não só no Nudeam. Então a
oportunidade de estar aqui e contribuir é ímpar, Vereadores. Agradecemos mais
uma vez esta oportunidade. A Defensoria Pública está á disposição de todos da
comunidade, dos Vereadores. Então, mais uma vez, agradecemos as falas, mas não
cumprimos nada mais do que a Lei nos outorga. Isso é que entendemos na verdade
executar. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Engº Comassetto): Muito obrigado, Dra. Adriana. Quero aqui também
cumprimentar. Estiveram aqui nas nossas galerias o Conselho Regional de Moradia
Popular na pessoa do Juliano Fripp. Cumprimento a todos os membros do Conselho.
Os membros do Conselho do Plano Diretor e Desenvolvimento Urbano Ambiental na
pessoa do Conselheiro Diaran da Lomba do Pinheiro. Cumprimento a todos os
líderes comunitários que aqui estiveram. Damos por encerrado este período de
Comunicações deixando nosso abraço e os cumprimentos à Defensoria Pública e à
Dra. Adriana de Oliveira Shefer do Nascimento.
O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI: Boa tarde, Presidente Engº Comassetto, boa tarde demais Vereadores e
Vereadoras que se fazem presentes nesta quinta-feira, colegas da Câmara
Municipal de Porto Alegre, público que nos assiste aqui nas galerias, e que
provavelmente vão participar do próximo tema, pessoal que assiste à TVCâmara.
Quero fazer uma menção aqui à irmã do Vice-Prefeito de Viamão, que vem fazer um
debate sobre a questão dos animais, e vamos conversar sobre isso daqui a pouco.
Tradicionalmente tenho comentado da importância de se refletir sobre a causa
animal das mais diversas ordens, e por vivenciar todo os tipos de crime, lembro
que, lamentavelmente, os animais não têm voz, e eu sempre faço um convite às
pessoas que assistem e acompanham a parar alguns segundos em meio a essa vida
que a gente leva, de pouco tempo para refletir muitas vezes as nossas próprias
coisas, a se colocar na condição dos animais. Ontem mesmo eu mencionava que a
gente passou pelo nazismo, e foi uma luta árdua da espécie humana, e tinha quem
fazia o contraponto; a gente fez uma luta árdua contra o racismo, e até hoje o
racismo existe em nossa sociedade, assim como homofobia, assim como a diferença
e a discriminação aos diferentes. Os animais, há milhões de anos são
explorados, e simplesmente são explorados por uma espécie que se acha a ponta
da pirâmide, mas eles têm os mesmos sentimentos que qualquer ser humano tem, só
que não tem voz. Costumo dizer: imaginem vocês estarem trancados dentro de um
corpo sem poder falar que tem dor, que tem fome, que tem frio, que o sol está
pegando demais, que está preso em uma coleira. Lamentavelmente, esses casos – e
eu os vivencio todos os dias – não são exceções, são milhares e milhares todos
os dias. A gente conseguiria ter uma sociedade um pouquinho mais evoluída se o
ser humano pensasse sobre isso. Eu, inclusive, posso dizer que, se acabasse na
terra a espécie humana, seguramente não faria diferença nenhuma. Com toda a
certeza, se os seres humanos fossem extintos da terra, seguramente estaria
seguro o resto. Haveria alimento farto, não teria desmatamento, os animais
conviveriam numa boa, ninguém teria inveja, ciúmes ou matar, porque tem
preconceito ou porque se acha melhor ou pior. E um desses casos que eu acho
lamentável...E eu quero fazer, eu me lembrei olhando para o Amaranto aqui, uma
saudação aos jornalistas, todos, de todas as bancadas, jornalistas de jornais,
que hoje é o Dia do Jornalista, eu me lembrei pela publicação do Amaranto,
quero falar da importância do jornalismo sério, do jornalismo que divulga e
que, principalmente, conscientiza.
E eu venho trazer um tema que, na minha opinião,
deveria ser debatido e explorado de forma honesta. Quero falar do circo mais
adiante, mas hoje vou falar do zoológico, que, na minha opinião, é um dos
absurdos que a espécie humana criou. Então, coloca-se um animal confinado num
espaço estreito para ser apreciado pela espécie humana. E aí a gente vai lá –
eu também, inúmeras vezes, fui –, pagamos ingresso para ver os animais presos
naquele espaço de dois, três metros, vivendo de forma infeliz dentro de uma
gaiola. Vocês avaliem, qualquer psicólogo, o que é tu viveres dentro de uma
jaula, uma vida toda, 30, 40 anos, e a espécie humana ir lá, inclusive,
estimulando seu filhos a verem...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. RODRIGO
MARONI: ...da forma prepotente, autoritária, ignorante.
Então é por isso que eu digo que os pais são os responsáveis por essa cultura
milenar. Tinha um lugar aqui em Viamão em que as crianças iam, com a escola,
onde porcos eram mortos para mostrar, na aula de biologia, o intestino, o
fígado do animal. Como tu vais querer que o indivíduo adulto tenha
sensibilidade com um animal se, desde criança, ele naturaliza que dentro de uma
jaula é bom. Aquilo ali é bonito de se ver dentro de uma jaula, o bichinho
infeliz ali vivendo 40 anos, aquilo ali é muito legal, papai e mamãe tiram foto
na frente. Na aula de biologia, a gente abre o porco e mostra para o filhinho
que está tudo bem ali, olha a alegria de um bichinho morrendo. Então,
sinceramente, essa é a humanidade que a gente vive e seguramente...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Dando continuidade às Comunicações, hoje este período é destinado a debater o Dia Mundial da Saúde – Corrida
de Rua, trazido pela Sra. Cláudia Ramos Lucchese, Presidente da Câmara Técnica de Corridas de Rua do Conselho
Regional de Educação Física – CREF. Estão presentes, além da Professora
Cláudia, membros do Conselho, atletas, corredores e corredoras. Obrigada pela
presença, sejam bem-vindos.
A Sra. Cláudia Ramos Lucchese está com a palavra.
A SRA. CLÁUDIA
RAMOS LUCCHESE: Boa tarde, pessoal, primeiro gostaria de agradecer
ao Ver. Mendes Ribeiro, que nos convidou, nos abriu este espaço na Casa para
conversar um pouquinho sobre saúde. Esta é a dificuldade que a gente tem hoje:
conseguir trabalhar, de uma forma mais saudável possível, com as pessoas. Hoje
eu venho apresentar para vocês algumas pessoas e falar um pouquinho sobre a
Câmara Temática de Saúde.
(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)
A SRA. CLÁUDIA
RAMOS LUCCHESE: Para poder contextualizar a Câmara Temática, é
importante que a gente faça uma referência ao CREF. Sua missão é defender os
interesses da sociedade em relação aos serviços prestados pelos profissionais
de educação física. Isso tem que ficar bem claro, só que, dentro desse
processo, existe uma estrutura organizacional onde se construiu, lá nos órgãos
de assessoramento, espaço para câmaras técnicas. Quem são essas câmaras
técnicas? Temos atualmente no CREF onze Câmaras Técnicas, entre elas a Corrida
de Rua, que é hoje o tema do nosso bate-papo. O bonito dessa Câmara Temática,
que é uma proposta bonita do CREF, apesar de não ter essa obrigação, é que ela
abre espaço para que pessoas que realmente tem expertise no assunto tratem dos processos das várias temáticas – a
nossa, no caso, é a Corrida de Rua. Eu gostaria de apresentar para vocês os
membros da Câmara Técnica Corrida de Rua que estão assessorando o CREF, vou
pedir que levantem: Renato, Vítor, Juliano. É importante que a TV conheça as
pessoas que são extremamente competentes, têm assessorias de corrida, muitos
são personals, trabalham com aulas
particulares, e são essas pessoas que estão nos ajudando a trazer um pouco mais
sobre corrida de rua.
É importante
a gente colocar que a Organização Mundial da Saúde fala: saúde é um bem-estar
físico, social e mental. Eu gosto muito daquele termo que a gente fala, que foi
criado em 1970, que seria trabalhar na “promoção da saúde”. E este é o grande
papel dos profissionais de Educação Física, trabalhar na prevenção, trabalhar
no que realmente vai tirar as pessoas do hospital, trazer alegria e qualidade
de vida.
E esse é um conceito, um objetivo geral da Câmara
de Corrida de Rua, que foi construída por uma pessoa. Parabéns, Renato
Capparelli, que consegue mostrar a vocês do que a gente está tratando
mensalmente lá. (Lê.): “Proporcionar aos praticantes de corrida e caminhada
orientação técnica para a realização segura dessas atividades, visando saúde,
bem-estar e um estilo de vida ativo.”
Tem uma coisa que a gente precisa ter claro: por
que a gente está aqui hoje falando sobre corrida de rua, Sofia, nossa colega da
Educação Física? Porque, segundo a Corpore, hoje nós somos a segunda na
modalidade em maior participação no Brasil. Adivinha para quem a gente perde,
não é? Mas não vamos tocar nesse assunto. Mas enfim, hoje é o boom, todo o mundo procura a caminhada e
a corrida, e é por isso que temos que tomar o cuidado de ver quem são as
pessoas que conduzem esse trabalho.
Temos também na Câmara Técnica de Corrida de Rua
alguns objetivos específicos, e para isso a gente convidou algumas pessoas
hoje, e alguns deles estão aqui presentes, que são os organizadores de eventos
das corridas. Hoje vocês devem perceber que, nos domingos pela manhã, cedinho,
várias pessoas estão correndo, principalmente do Gasômetro. E a nossa ideia é
auxiliar essas pessoas a tratar da forma mais séria possível a segurança e o
conforto desses participantes. É um dos motivos por que eu convidei alguns
organizadores; nós, da Câmara, convidamos os organizadores de evento para
estarem aqui.
Divulgar para a sociedade os reais benefícios dessa
modalidade, defender a orientação dessa prática por profissionais de educação
física – somente nós temos essa capacitação. Também uma ideia importante que nos
diferencia um pouco é defender a utilização dos espaços públicos para essas
atividades. Ver. Mendes Ribeiro, nós, que somos os protagonistas da saúde
ambiental e humana, muito queremos saber sobre o seu projeto – muito legal! É
importante que vocês entendam que um dos motivos que nos faz hoje acreditar na
corrida e na caminhada é que elas estão justamente trabalhando com a mobilidade
humana, incentivando práticas que são mais fáceis de você começar – todo mundo
sabe caminhar.
Alguns benefícios são basicamente fisiológicos, mas
seria bom a gente apresentar para vocês aqui. Saúde cardiovascular: todos sabem
que uma atividade aeróbica, como corrida, caminhada, natação, ciclismo – está
aí o Leandro Leite – fortalece o coração e que um coração forte é um coração
que trabalha numa intensidade maior, e esse é um dos motivos pelos quais a
gente incentiva a corrida e as outras modalidades. Saúde mental: colegas,
pessoas que estão aqui que são do meio corporativo, a segunda doença que mais
afasta o trabalhador da vida laboral é a doença mental, é o estresse, e sabemos
de pessoas hoje que estão indo para a corrida de rua para poderem resolver os
seus problemas de estresse. Estudos científicos declaram, Ver.ª Sofia, que a
liberação de dopamina e serotonina – neurotransmissores importantes para a
sensação de relaxamento – está envolvida na atividade aeróbica. Saúde
ambiental: está comprovado que quem caminha utiliza menos carro, e esse é
apenas um exemplo. Saúde social: nunca se utilizou tanto os meios tecnológicos,
e a corrida propõe isso, que você largue um pouquinho o WhatsApp e o Facebook e
conviva mais com o ser humano.
Por fim, gostaríamos de propor o dia estadual da
corrida de rua, dia 24 de abril. Explico o porquê: uma homenagem à realização
da primeira maratona de Porto Alegre. Esse evento foi organizado pelo Corpa,
que é o Clube dos Corredores de Porto Alegre – todos devem conhecer –, que, na
época, teve um apoio muito intenso da Câmara de Vereadores e da Prefeitura,
sendo considerado, pelo Poder Público, como um caso de saúde pública;
fantástico! E nós, enquanto CREF, gostaríamos de uma colaboração desta Casa
para criarmos o Dia Municipal da Corrida. E agora, para encerrar, uma visão
mais filosófica, conversando e refletindo sobre a corrida. Para as pessoas que
correm, fica mais fácil o que vou dizer agora, para as pessoas que não correm
talvez mexa um pouquinho. Certa vez eu estava correndo em uma das participações
em eventos que eu procuro estar junto e estar ativamente também, no Interior, e
me aproximei de uma pessoa que estava correndo que não era do meu grupo -
porque eu lidero um grupo –, e essa pessoa começou a falar que ela havia saído
da depressão desde que ela começou a correr, e como era importante para ela
estar ativa naquele momento, e que, inclusive, ela, muitas vezes, resolvia seus
problemas enquanto corria. Ela chegou a me dizer: Cláudia, eu medito enquanto
eu corro. E eu gostaria de encerrar com uma frase muito bonita que ela me
disse: correr me aproxima de Deus. Muito obrigada. Eu gostaria de agradecer à
nossa Presidente do CREF que veio me ajudar.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Cláudia, te convido para compor a Mesa conosco.
Parabéns pela apresentação.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra em
Comunicações, e prossegue em Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sra. Presidente, antes de mais nada, a minha homenagem por estar
presidindo a Mesa no Dia Mundial da Saúde; quero parabenizar a Professora
Cláudia Ramos Lucchese, Presidente da Câmara Técnica de Grupos de Corrida, pela
sua profissão, também, como uma das profissionais estratégicas, na concepção
desta farmacêutica, para uma equipe multiprofissional de saúde.
Eu pedi esses dois tempos, Cláudia, quero te
cumprimentar e a todos que estão aqui, exatamente porque vou, além de homenageá-los por essas iniciativas, seguir discorrendo a
respeito de algo que é fundamental, que é o financiamento para a saúde no nosso
País, tanto da União quanto do Estado como também do Município, através de uma
nota importantíssima do Conselho Nacional de Saúde. Antes de tudo, quando tu,
desculpe-me chamá-la por tu, estamos numa tribuna da Câmara Municipal, quando
V. Sa. inicia com a promoção da saúde, eu imediatamente me referencio à
Conferência de Alma-Ata, exatamente porque, a partir dali, pelo menos no
Brasil, tivemos um processo estratégico de retomar a 3ª Conferência Nacional de
Saúde a partir da 8ª Conferência, com intensa participação popular no processo,
que veio da reforma sanitária para a construção do Sistema Único de Saúde que
até hoje é um desafio sob o ponto de vista de gestão e sob o ponto de vista de
financiamento. Cumprimento a Câmara de Corrida de Rua, que não trabalha somente
a questão da corrida, mas também de outras modalidades, inclusive a caminhada,
como tu bem disseste.
Sou portadora de uma
prótese total no meu joelho e na perna direita, portanto, eu caminho e, além de
caminhar, necessariamente preciso fazer outras modalidades, como pilates e
musculação, em função exatamente dos agravos que tive, e, no decorrer do
processo, quanto mais avançada a idade, mais temos que fazer musculação para
dar sustentação ao nosso corpo, para que possamos continuar com qualidade de
vida.
Então, o que foi dito
hoje aqui é que a saúde depende de um estilo de vida ativo e com orientação de
profissionais. Talvez seja um sonho, mas eu sonho que possamos ter, no Sistema
Único de Saúde, academias junto aos postos de saúde, com orientação do
profissional de Educação Física, como já falei, como parte integrante da equipe
de saúde.
Nós não podemos
pensar saúde sob a ótica de hegemonia dessa ou daquela profissão. Para que
tenhamos uma saúde de qualidade para todos, seja no SUS ou seja em outros
setores, como no próprio setor privado da saúde, temos que ter a equipe de
saúde como um todo, porque aí teremos a saúde sob o ponto de vista do seu
aspecto físico, do seu aspecto mental e também do seu aspecto espiritual,
porque não somos apenas uma matéria que se desgasta e adoece ao longo do tempo, apesar
de termos nascidos saudáveis. Somos adoecidos pelo mundo do trabalho, e isso em
todas as nossas profissões. Então, é extremamente meritória a participação de
vocês, hoje, aqui, no Dia Mundial da Saúde, e essa provocação feita ao Mendes
Ribeiro e a toda a nossa Casa, no Dia Municipal da Corrida de Rua, dia 23 de
abril de 1983.
Quero lembrar a vocês que estão aqui, pois nessa
época eu estava aqui como Vereadora, fui Vereadora, pela primeira vez, de 1983
a 1988, e, quando tu falaste, eu lembrei que a Câmara teve, sim, uma importante
participação como instituição, como um todo. Eu presidi a Comissão de Saúde e
Meio Ambiente; isso faz 34 anos. Eu sempre achei interessante, nos mandados que
exerci aqui na Câmara, que as demandas da sociedade tivessem uma dimensão
completamente diferenciada. Não são um projeto ou uma lei que, depois, temos
que fazer acontecer nas gestões, não é algo de um iluminismo deste ou daquele
Vereador ou Vereadora. A demanda da sociedade forma uma corrente extremamente
positiva, porque são aprovadas numa Casa Legislativa, depois vão para sanção do
gestor municipal, e depois entra a quarta etapa, que eu sempre chamo assim, que
é a de materializar na vida das pessoas, garantindo a sua dignidade, as suas
políticas públicas e a sua vida com qualidade.
Nós estamos vivendo cada vez mais, as mulheres
vivem sete anos a mais do que os homens, o que mostra que não somos o sexo
frágil. Exercemos a dupla jornada de trabalho e conseguimos viver mais
saudáveis nesses sete anos que temos a mais do que os homens; as mulheres têm
uma expectativa de vida de 74 anos, os homens têm sete anos a menos. Isso não é
uma visão apenas feminista, é uma realidade objetiva e que, sem dúvida nenhuma,
até pelas relações humanas que se estabelecem, nós, mulheres, com essa divisão
social e sexual do trabalho que nos tornou cuidadoras, nos cuidamos e cuidamos
também dos outros. E esse cuidado prescinde de espaços e de iniciativas como
estas que vocês trazem aqui. Nós estamos comemorando o Dia Mundial da Saúde com
a participação efetiva de homens e mulheres profissionais da saúde,
profissionais de Educação Física, que são estratégicos para a saúde da
população. Então, estendo aqui os cumprimentos da Cláudia a todos vocês, como
farmacêutica, como profissional de Saúde.
Hoje estamos nessa comemoração do Dia Mundial da
Saúde dizendo que precisamos de mais recursos para a Saúde. Não vou ler toda a
nota do Conselho Nacional, mas vou dizer que estou sendo dirigida pelo Conselho
Nacional de Saúde, como profissional de Saúde, que hoje é dirigido pelo meu
colega Ronald Ferreira, que é farmacêutico. Quero trazer aqui um tema que
sempre esteve presente nas reuniões, nas plenárias do Conselho Nacional de
Saúde. O Conselho Nacional de Saúde traz algumas propostas fundamentais; a
primeira delas é a Proposta de Emenda Constitucional nº 01/2015, e assim estou
me dirigindo ao Congresso Nacional para que, efetivamente, essas emendas
constitucionais sejam aprovadas, para garantirmos o aporte de recursos da União
para a Saúde. A Proposta de Emenda Constitucional nº 01/2015 estabelece novos
percentuais aplicados de forma escalonada para calcular a aplicação mínima em
ações e serviços públicos de saúde, com base na Receita Corrente Líquida. Essa
proposta é derivada da luta do movimento Saúde + Dez, responsável pela coleta
de 2,2 milhões de assinaturas. Foi uma substituição a essa emenda de iniciativa
popular que conseguimos no Congresso. A segunda proposta trata da necessidade
de criar novas formas de financiamento exclusivo para o sistema público de
saúde, bem como para a seguridade social, ou seja, projetos de lei que têm que
ser votados, que tratam sobre o tema, onerando as grandes transações
financeiras e desonerando a renda dos trabalhadores e os rendimentos do
trabalho. E o mesmo vale para a tributação das grandes fortunas. É fundamental
que as novas fontes sejam aprovadas em conjunto com a PEC nº 01/2015, para
evitar desvio de finalidade. Por fim, o Conselho Nacional considera que o
subfinanciamento do SUS restringe a possibilidade dessa política social
contribuir tanto para a redução do quadro de exclusão social
quanto para a promoção do próprio desenvolvimento, porque um povo sem saúde
deixa de dar a sua valiosa contribuição ao desenvolvimento nacional, ao
desenvolvimento econômico, político, social e cultural.
Eu finalizo
parabenizando vocês, que trouxeram a esta Câmara Municipal um aspecto...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. JUSSARA
CONY: ...que trouxeram, novamente, esse aspecto
importante de nós primeiro olharmos o significado da saúde numa equipe
multidisciplinar, portanto, o significado dos profissionais de educação física,
e também o significado de nós termos o financiamento adequado em todos os
níveis, numa visão republicana, já que saúde é um direito de todos e um dever
do Estado.
Como farmacêutica,
antes de ser Vereadora, mas, também, como Vereadora, Líder do PCdoB e da
oposição, só temos a agradecer e dizer que a Câmara, hoje, comemorou, à altura,
a saúde do povo brasileiro, a saúde do povo de Porto Alegre com a presença de
vocês.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mendes
Ribeiro está com a palavra em Comunicações.
O SR. MENDES RIBEIRO: (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Quero fazer um cumprimento especial à Débora
Garcia, filha do nosso querido colega Ver. Professor Garcia, a quem eu tenho o
privilégio de substituir nesta sua ausência motivada por problema de saúde. Eu
fico muito honrado, e me dá mais responsabilidade ainda substituir um Vereador
com a capacidade e o trabalho do Professor Garcia à frente da Cidade.
Quero dizer que fico
muito feliz pela oportunidade de propor a esta Casa democrática, num dia como
este, o Dia Mundial da Saúde, um assunto tão importante e tão relevante para a
nossa sociedade; uma atividade que vem crescendo a cada dia. Hoje em dia todo
mundo tem um parente, um amigo que exerce essa atividade de corrida de rua, que
busca, sim, uma saúde melhor, qualidade de vida, lazer dos indivíduos. O mais
importante – a Jussara foi muito feliz nesta tribuna, com as palavras que
proferiu – é dizer que nós, como agente político, temos a obrigação de
incentivar essa atividade e, mais, somos os responsáveis pela integridade
física e condições para as pessoas poderem exercer essa atividade.
Quero cumprimentar vocês pelo trabalho que vêm
fazendo e dizer que podem contar com este Vereador para o que precisarem, vocês
têm total apoio. Entendo que esta Casa também vai poder auxiliar vocês no que
precisarem. Mais uma vez parabéns pelo trabalho. Muito obrigado por nos propor
conhecer um pouquinho mais dessa atividade de vocês. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver. Mendes
Ribeiro, neste Dia Mundial da Saúde não podia me furtar de vir a esta tribuna e
parabenizá-lo pela acolhida deste grupo de corrida de rua que, sem dúvida
nenhuma, fortalece a qualidade de vida. Conversava com o Ver. Janta, Líder do
partido Solidariedade, que nós precisamos nos engajar efetivamente em
atividades físicas. A atividade física, sem dúvida nenhuma, é um dos principais
fatores protetores da saúde e que acaba prevenindo doenças, principalmente
quando se fala em hipertensão arterial e em diabetes mellitus, que são as duas
doenças com mais incidência na nossa população de mais idade; e a gente
encontra, na atividade física, uma forma clara de promoção e proteção à saúde.
Eu já tive, em boa parte de minha vida, grande ligação com a atividade física,
e utilizava corrida. Eu utilizava a corrida de rua em Porto Alegre como uma
forma de preparação física importante. Naquela época eu treinava caratê na ACM,
por 18 anos tive oportunidade de fazer parte da equipe da ACM, e nós acabávamos
fazendo a preparação física nos parque, nas praças e nas ruas da Cidade. Por
isso entendo que é muito importante que se possa fazer uma ampla reflexão dessa
atividade e, sem dúvida nenhuma, poder, cada vez mais, prestigiar a atividade
de corrida de rua.
É claro que eu sou obrigado a mencionar aqui sobre
a necessidade que temos de reparos nas nossas calçadas. É claro que aqui é
fundamental também que se fale sobre, muitas vezes, as condições que se tem
para a prática dessa atividade física. Não falo somente das condições
ambientais, do piso, que, muitas vezes, tem que se ter cuidado, porque podem
provocar lesões, ainda mais em pessoas com um pouco mais de peso, como eu, por
exemplo, então é fundamental que se tenha um calçado adequado. Neste Dia
Mundial da Saúde, é importante que se aborde sobre a necessidade do uso de um
calçado adequado e de um piso correto para poder praticar adequadamente essa
atividade.
Além disso, há uma outra grande dificuldade na
nossa Cidade, que é a questão da violência. A questão da violência também acaba
inibindo, muitas vezes, o praticante de atividade de rua de poder continuar com
tranquilidade executando as suas atividades. Mas estou aqui, mais uma vez, para
enaltecer a sua iniciativa, Ver. Mendes Ribeiro, saudar o grupo aqui presente e
dizer que, no que depender do nosso mandato, nós estamos à disposição para
poder ajudar e, realmente, implementar cada dia melhor essa atividade tão
salutar a todos nós. Parabéns ao grupo; parabéns, Vereador. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Sobre o tema, quero fazer o registro de como é
diferenciado, Vereadores, Vereadoras, Ver.ª Jussara, em vez de estarmos aqui
discutindo saúde no sentido da medicalização, enfim, dos nossos problemas
sérios de saúde, nós estarmos discutindo prevenção, atitudes saudáveis, a
valorização da Educação Física, a valorização da Cidade para quem anda a pé,
para quem quer praticar atividades físicas na Cidade. Nós estamos muito longe
de conseguir isso, pois a Cidade está muito insegura, há violência no trânsito,
e a prioridade é para o trânsito.
Saibam vocês que estão trazendo este tema, Cláudia,
que este debate, aqui nesta Casa, é constante. Ainda ontem tivemos uma tarde de
grande embate em relação ao Plano Diretor quanto à alteração de indicadores sem
contrapartidas, tudo em nome do desenvolvimento, tivemos o debate sobre o Cais
do Porto, e nós entendemos que a grande prioridade é colocar automóveis, ou
será que finalmente priorizaremos o pedestre e a fruição da beira do Guaíba.
Enfim, mas antes de passar a palavra para as
considerações finais da Cláudia, quero chamar a atenção para este ano
extraordinário, que é ano de Olimpíadas no Brasil. Acho que estamos em uma
convulsão social, e não estamos tendo a oportunidade, que seria maravilhosa, de
valorizar a área da Educação Física, os profissionais e as profissionais da
Educação Física. Teremos este evento mundial, evento este que todos os países
sonham em ter e que trará para cá os melhores atletas do mundo. Esses dias eu
escutava um programa em que se dizia que estarão aqui os melhores atletas do
tênis, porque em outras Olimpíadas não estiveram, e os brasileiros terão talvez
a oportunidade de alguma medalha. Nós não queremos que seja um evento somente
comercial, somente de mídia, do esporte da alta eficiência, mas que possamos
dar uma outra dimensão para a área da Educação Física, para a prática esportiva
permanente, para o direito à experiência do esporte, da atividade física, do
lazer, que todas as crianças e adolescente têm direito. Que consigamos
modificar as condições de trabalho dos nossos professores e professoras, que
fazem o seu trabalho, Ver. Dr. Goulart, de qualquer forma, em qualquer
condição, muitas vezes nas nossas escolas públicas, nas nossas praças. Os
nossos professores que atuam em praças, que atuam em ruas, não têm direito à
aposentadoria especial, por exemplo, o que é um absurdo, porque é um trabalho
exposto ao sol, ao vento, ao tempo e nos finais de semana. Então há muitas dimensões
da valorização desse profissional tão estratégico. Quero assumir esse desafio e
quero que o CREF também possa pensar como fazer com que isso venha à tona, com
que isso seja parte dos debates que estão precedendo as Olimpíadas, que
acontecerão durante e posterior às Olimpíadas no Brasil.
Parabenizo a iniciativa, a presença de vocês aqui.
Nossa homenagem ao Professor Garcia, lembrando do quanto ele é dedicado à área
da educação física, a sua filha está aqui fazendo essa intermediação. O Ver.
Professor Garcia sempre dizia que tinha uma ordem de prioridade: primeiro a
família, depois a educação física. Eram as duas prioridades na atuação política
dele. Depois vinha o partido, enfim, as outras questões políticas. Sempre
testemunhamos isso, por mais que tenhamos diferenças de como fazê-lo.
Eu quero que este momento do período de
Comunicações, com o tema específico dedicado ao Dia Mundial da Saúde – Corrida
de Rua, seja uma homenagem ao trabalho do Ver. Professor Garcia também. Acho
que ele merece que essa energia possa chegar a ele para uma recuperação plena e
mais acelerada.
A Sra.
Cláudia Ramos Lucchese está com a palavra para suas considerações finais.
A SRA. CLÁUDIA
RAMOS LUCCHESE: Eu gostaria de fazer um comentário, porque eu
participo de eventos de corridas de rua, e muitas vezes o nosso Professor
Garcia está lá, sempre brincando que ele não pode correr, mas sempre apoiando
de uma forma superpositiva, com aquele sorriso no rosto, e realmente, como
representante do CREF, seria um prazer dedicar este dia a ele. Para encerrar,
fica o nosso recado. Todos conhecem essa Câmara Temática de Corrida de Rua, que
inclui a caminhada, e o nosso grande desejo de criar o Dia Municipal da Corrida
de Rua - 24 de abril. Por favor, nos ajudem. Obrigada a todos. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada pela
presença de todos vocês. Com certeza, vai ser compromisso de todos nós. Vamos
deixar o Ver. Mendes tomar a iniciativa, afinal ele foi instado para tal, e
será aprovado por unanimidade.
Passamos ao
O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sra. Presidente,
Ver.ª Sofia Cavedon; Ver. Delegado Cleiton, quero agradecer aos colegas
Vereadores e Vereadoras que se fazem presentes aqui no final desta Sessão para
que possamos usar o tempo do Grande Expediente, pelo qual temos ansiosamente
aguardado. Hoje, nesses quinze minutos, preparei aqui uma fala em nome do nosso
mandato e do nosso partido - Partido dos Trabalhadores -, para falarmos
justamente do momento político que estamos vivendo. Então, nesse 7 de abril de
2016, o tema é: Contra o Golpe e em Defesa da Constituição.
Senhoras e senhores, aquilo que vimos defendendo
desde o início da chamada crise política, que, se pensarmos bem, teve seu
início logo após o anúncio da quarta vitória consecutiva do Partido dos
Trabalhadores à Presidência da República, aquilo que vimos defendendo nesta
tribuna há mais de um ano está se mostrando correto. Não existe crime de
responsabilidade, uma vez que não houve ato doloso nem atentado contra a
Constituição por parte da Presidente Dilma Rousseff. A defesa apresentada pelo
Ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardoso, no início desta
semana, demonstrou que não existe efetivamente crime de responsabilidade. Quem
insiste política e judicialmente numa solução através do impedimento de uma
presidente legitimamente eleita está, sim, recorrendo a um golpe de Estado, e
será com a pecha de golpistas que passarão para a história.
Nunca é demais lembrar que o regime brasileiro não
é parlamentarista, mas presidencialista, e foram os brasileiros que assim
decidiram em plebiscito, por isso o Congresso não pode destituir o Governo por
meros motivos políticos, mas, na prática, é isso que está ocorrendo. Como bem
fundamentou o Ministro José Eduardo Cardoso, a Constituição Brasileira dá
garantias ao mandato presidencial, não é qualquer irregularidade que permite o impeachment, não há impeachment no sistema presidencialismo sem situação de crime
perante a Constituição. E isso precisa ficar claro, precisa ficar posto, é uma
premissa que precisa ser respeitada. Os decretos de abertura de crédito sem
autorização do Congresso, citados na denúncia do impeachment, não elevaram os gastos do Governo, apenas remanejaram
despesas já autorizadas pelo Legislativo na lei do orçamento. E isso foi feito
por governos anteriores, isso foi feito por 18 governadores atuais, isso foi e
é feito por milhares de Prefeitos. São operações contábeis que foram e são
aceitas pelo Tribunal de Contas em todo o País por décadas. Isso não pode
servir de desculpa, ou então que assuma que a regra mudou apenas para se
retirar o mandato da Presidenta Dilma Rousseff. Com a defesa apresentada pelo
Ministro José Eduardo Cardoso, ficou claro por que não queriam que o Ministro
viesse a contestar o pedido de destituição da Presidenta. Foi uma aula de
constituição, de legislação, de jurisprudência, de despesas
financeiras versus despesas
orçamentárias. O Ministro provou não haver atentado à Constituição; provou não
haver ato doloso. Além disso, lembrou o vício de origem do processo, um ato de
retaliação e chantagem do Presidente da Câmara Federal, o peemedebista Eduardo
Cunha.
Caros Vereadoras e
Vereadores, estamos em uma casa política. Vivemos e respiramos política aqui
dentro, e muito se falou. Eu mesmo presenciei inúmeras vezes. Muito se comentou
pelos gabinetes, corredores, nos restaurantes e mesmo aqui neste plenário que o
Deputado Eduardo Cunha, Ver. Dr. Goulart, somente aceitou o pedido de impeachment da Presidente Dilma por pura
vingança. Muito se falou sobre esta atitude aqui nesta Casa. E esta observação
foi feita inclusive por Vereadores e Vereadoras que não são do meu partido, do
Partido dos Trabalhadores, mas de partidos que fazem, na prática, uma ferrenha
e muitas vezes desleal oposição ao Governo Federal. Nas rodas informais de
conversa, concluiu se tratar de vingança, se falou e se concordou, mas não em
público, mas não diante dos jornalistas que cobrem este plenário, não quando em
entrevistas para a imprensa.
Não existe
efetivamente crime de responsabilidade, e os senhores e senhoras, por mais que
desejem o impeachment da Presidente
Dilma, sabem disso, assim como a oposição no Congresso. Tanto é verdade, que,
agora, quando isso fica mais patente, no momento em que há uma certa mudança na
narrativa da crise, no momento em que as ruas demonstram que não existem
somente aqueles que são contra a Presidente, no momento em que diversos setores
da sociedade, de artistas, de intelectuais, de juristas, da comunidade
acadêmica, entendem que é preciso, mais do que nunca, respeitarmos a
Constituição Brasileira, respeitarmos a democracia e o Estado Democrático de
Direito. Neste momento, como um mágico a tirar um coelho da sua cartola, surge
a tese das eleições gerais. Esta é mais uma prova cabal do que estamos falando.
Os argumentos, as acusações que orientam o pedido de impedimento são frágeis e
não se sustentam. De concreto, com as condições apresentadas, o impeachment buscado por Parlamentares
como Eduardo Cunha, Paulinho da Força, do Solidariedade; Agripino Maia,
do DEM; Ronaldo Caiado, do DEM; Aécio Neves, do PSDB, entre outros, o que é
buscado por esses senhores é um ataque à nossa jovem democracia, é um golpe à
Constituição Federal. Todos os nomes que citei na última frase – todos, sem
exceção! – são réus ou são investigados, ou são citados, ou têm nomes em
delações premiadas, aparecem em listas de propinas, têm contas no Exterior, ou
são réus em ações penais no Supremo Tribunal Federal, ou acusados de exploração
de trabalho escravo, entre outros. E todos são lideranças importantes e de
destaque em seus respectivos partidos. Todos estão na linha de frente da
tentativa do golpe. E respondem em pelo menos uma das seguintes categorias:
lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, formação de quadrilha ou
respondem, ainda, a ações civis públicas por improbidade administrativa e
falsidade ideológica. E se formos olhar de perto a lista daqueles que compõem a
Comissão Especial do impeachment, o
quadro é mais devastador, mais desolador: metade tem problemas com a Justiça,
e, desses, mais de 90% defendem o golpe contra um governo legitimamente eleito.
Ao contrário desses senhores, a Presidenta Dilma
não é investigada, não é ré em nenhum processo criminal, não cometeu crime de
responsabilidade, e, principalmente, obteve 54 milhões de votos que precisam
ser respeitados. Foram 54 milhões de mulheres e homens que escolheram
livremente o caminho a ser seguido.
Volto a repetir: o impeachment é situação de absoluta excepcionalidade institucional,
e o é justamente por força das garantias que marcam o sistema presidencialista.
E, ao não atender, respeitar, seguir os pressupostos exigidos pela nossa
Constituição, qualquer processo de impeachment
é, além de inconstitucional, um golpe. Um golpe de Estado, com todas as suas
cores, métodos, formas e consequências. Esse golpe, senhoras e senhores, não
será vitorioso; mas, se o for, trará, junto de si, graves consequências ao
Brasil, como, por exemplo, a ruptura institucional e a posse de um governo sem
legitimidade alguma. O que está em jogo são as conquistas do povo brasileiro,
que podem se perder em decorrência de um retrocesso institucional. Setores da
elite se opõem a políticas sociais que vêm sendo implementadas no Brasil, como
o Bolsa Família, com mais de 50 milhões que recebem esse benefício nacional; o
Mais Médicos, que hoje tem uma aceitação de 85% entre bom e ótimo da população
brasileira e que atende àquilo que a nossa medicina brasileira não conseguia
atender dentro das políticas públicas; o Minha Casa, Minha Vida, que já
entregou três milhões de habitações e que agora, no dia 31 de março, a
Presidente da República lançou o Minha Casa, Minha Vida 3, com mais dois
milhões de habitações. E são R$ 250 bilhões para aplicar nos recursos públicos
para este País voltar ao caminho do desenvolvimento da economia. O Prouni, o
Pronatec, Ver.ª Jussara Cony, que levaram às universidades a juventude, aquela
juventude que estava excluída, Rubens, cobrador da Carris aqui presente, levou
jovens e pobres, jovens de famílias sem salário, de famílias pobres, de
famílias de desempregados, através das cotas, que levou para as universidades
negros e índios que hoje se formam em medicina, engenharia, assistência social,
advocacia entre outras. A valorização do salário mínimo, prezados
sindicalistas, que não é dito aqui, no Governo do Presidente Lula, teve 77% de
ganho real. E, é claro, temos pontos em comum com alguns setores, temos que
combater e baixar os juros deste País. Os juros exorbitantes são feitos pela
força do capital, e o que está em disputa é um projeto nacional. Neste momento,
aqueles que defendem as políticas sociais, mas que se aliam à direita, auxiliam
para que as conquistas dos trabalhadores, para que a conquista da população
brasileira, para que a classe média que teve acesso ao mundo do consumo, para
que todos esses benefícios possam ser corroídos e, numa erosão, possam ser
retirados novamente dos direitos dos trabalhadores. O programa apresentado pelo
PMDB, que saiu do Governo, uma Ponte para o Futuro, na verdade é uma ponte para
o abismo, porque essa ponte para o futuro, que eles falam, é tirar direitos dos
trabalhadores, é tirar direitos das conquistas sociais que nós tivemos.
Portanto, eu venho aqui em nome do nosso partido, o
Partido dos Trabalhadores, dizer que estas conquistas são muitas, mas ainda são
insuficientes para tudo que nós precisamos ter, e eu falo aqui aos colegas
Vereadores que, apesar das divergências que temos, a Constituição Brasileira não
poderá ser rasgada. A Constituição Brasileira é o que nos unifica na
divergência ou nos consensos. Quando há divergência nesta Casa, que é uma Casa
política, recorremos ao nosso Regimento Interno, à Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, à Constituição do Estado do Rio Grande do Sul e à Constituição da
República do Brasil, e esta Constituição precisa e deve ser respeitada.
Portanto, qualquer tentativa, neste momento, de
retirar uma presidente legitimamente eleita, com 54 milhões de votos, por causa
de uma atividade administrativa financeira que é executada e foi executada por
todos os presidentes que a antecederam, que é executada, neste momento, aqui
pelo Prefeito José Fortunati e pelo nosso Governador do Estado do Rio Grande do
Sul, José Ivo Sartori, digo nosso, porque no momento em que ele é eleito ele é
de todos nós. Eu fui oposição ao Sartori, mas neste momento, o Sartori é meu
governador, e o Fortunati é o meu prefeito, assim como a Dilma continuará sendo
a minha e a nossa presidente. Não ao golpe! Viva a república brasileira e a
defesa intransigente da nossa Constituição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Delegado Cleiton assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Grande Expediente.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
quero agradecer ao Ver. Delegado Cleiton, aos Vereadores que ainda acompanham
este período de Grande Expediente. Quero trazer a esta tribuna dois fatos que
ocorreram no dia de hoje na cidade de Porto Alegre, com espírito permanente de
que nós temos que ser tribunos das lutas sociais e organizadores das demandas
populares. Hoje é o Dia Mundial da Saúde, e, lamentavelmente, o povo brasileiro
e os trabalhadores da saúde têm muito pouco a comemorar, porque enquanto o
País, que é a sexta economia do mundo, destina 50% do Orçamento da União para
pagar juros de uma dívida ilegal e ilegítima com grandes empresários,
banqueiros, grandes especuladores, menos de 4% desse Orçamento tem ido para a
saúde pública, e nós estamos vivendo um período extremamente grave para a nossa
população, com a falta de médicos, técnicos em enfermagem, enfermeiros e
nutricionistas. O Governo Sartori ataca a saúde pública ao não repassar aos
Municípios os recursos que ele deveria estar repassando. Só para o Município de
Porto Alegre, o Governo Sartori deve mais de R$ 50 milhões. Nós temos, em Porto
Alegre, a Estratégia de Saúde da Família, um programa fundamental para atender
a população mais pobre e que cobre menos de 50% da população, e, ao mesmo
tempo, convivemos com pessoas que esperam anos para serem atendidos na
psiquiatria, na dermatologia, que esperam anos para serem atendidos por um
ortopedista. Hoje tem nove mil inscritos para serem atendidos por um
ortopedista no Município, e só são realizados 15 atendimentos por mês no
encaminhamento municipal, e uma pessoa pode esperar até 50 anos para ser
atendido por algo que é uma das especialidades fundamentais. As pessoas estão ficando
cada vez mais desassistidas no que diz respeito à saúde pública, e os
trabalhadores estão adoecendo. Vimos o desmonte do HPS, do HPV, e nós muitas
vezes estivemos fazendo vistoria e denunciando as péssimas condições de
trabalho, muitas vezes acompanhando a situação dos trabalhadores e das
trabalhadoras, que são pessoas que salvam vidas e que ao mesmo tempo adoecem ao
estar na ponta sem ter os equipamentos necessários para atender a nossa
população. Quero, neste Dia Mundial da Saúde, me solidarizar com os
trabalhadores, dizer que a saúde, lamentavelmente, está na UTI, e parabenizar o
Sindicato da Saúde, o Sindisaúde, e a Associação de Servidores do GHC, que
organizou uma mobilização, no dia de hoje, para que esta data tão importante
não passasse sem uma mobilização dos trabalhadores. Vimos os jovens que
estiveram nas ruas hoje dizendo que chega de cortes na educação, chega de
escola com problemas infraestruturais, sem material de limpeza, sem material de
higiene, sem equipamentos para educação física, como foi a discussão na
Comunicação Temática anteriormente. Vimos a questão da corrida e dos
profissionais de Educação Física, sem profissionais, sem professores. E os
professores estão dando aula como verdadeiros heróis e heroínas, sem salário
neste momento, sendo massacrados naquilo que é mais sagrado, que é o direito a
receber pelo serviço prestado. Esses estudantes, indignados com a corrupção na
Petrobras, com os cortes da Dilma nos programas educacionais, com os desmandos
do Sartori e com o Fortunati que usa sua caneta para defender os interesses dos
empresários, como no caso do transporte coletivo, ocuparam as ruas lutando
contra os ataques à educação, lutando por mais direitos e lutando para que, num
momento de crise como esta, brutal, o povo seja chamado a discutir o rumo do
País através de mecanismos como eleição geral, referendos revogatórios. Eu acho
que esse debate da conjuntura nacional é muito importante, mas antes quero
cumprimentar os jornalistas pelo seu dia, nossos profissionais jornalistas que
hoje também tem um dia do profissional, que merecem o nosso reconhecimento, a
nossa valorização diante de uma situação bastante grave, também de ataques e de
um baixo piso salarial, além das demissões que estão sendo feitas em grande
escala em vários veículos. Então, fica aqui a nossa solidariedade, o nosso
agradecimento a esses profissionais além de um registro da importância da
profissão.
Nós, obviamente, estamos vendo, no Brasil, uma
crise econômica profunda e uma crise política enorme. Uma crise econômica que
faz com que nós estejamos vendo o maior desemprego dos últimos 20 anos, uma
crise econômica profunda que tem gerado um arrocho salarial brutal. Todos que
vão ao supermercado sabem do que nós estamos falando - o aumento do custo de
vida de um modo geral. Essa situação de crise econômica combinada com uma crise
política faz com que o Brasil viva hoje num impasse. Por um lado, um impeachment comandado pelo Eduardo
Cunha, numa comissão em que boa parte dos Deputados está respondendo a
inquéritos por corrupção, o próprio Eduardo Cunha é o campeão, está citado em
todos os processos de investigação – na lista de Furnas, na Lava Jato, na
Panama Papers, em todos os escândalos de corrupção –, portanto não tem nenhuma
moral; por outro lado, há uma articulação de um setor comandado pelo PMDB, do
Michel Temer, com o PSDB, de, a partir do impeachment
da Dilma, abafar a Lava Jato e implementar o programa Uma Ponte para o Futuro,
que, na verdade, é uma ponte para o atraso, porque traz mais ajuste fiscal,
mais ataque aos trabalhadores, mais desemprego e rebaixamento do salário
mínimo. Entretanto, muito embora sejamos contra o impeachment, porque nós sabemos que o PMDB não é, nem nunca será,
uma alternativa – aliás, o PMDB esteve junto com os governos do PT durante os
últimos 12 anos, portanto é parte dos problemas envolvendo corrupção; no caso
da Petrobras, inclusive, o PMDB é um dos partidos bastante citados na lista de
corrupção, junto com o PP, o Partido Progressista, e com o próprio PT.
É verdade que a Dilma carece de legitimidade. Não
carece de legitimidade só pelos desmandos que ocorreram na Petrobras, mas
porque fez o programa que ela disse que o Aécio faria, em 2014, no segundo
turno da eleição. Quem aumentou a gasolina e a energia elétrica foi o Governo
da Dilma; quem cortou bilhões da educação foi o Governo da Dilma; quem fez duas
medidas provisórias que atacam direitos, como o seguro-desemprego, dificultando
e diminuindo o tempo desse seguro para os trabalhadores, foi o Governo da
Dilma. Neste momento, em que muitos que não querem, corretamente, o impeachment, que é uma manobra das
elites, discutem e fazem debate público, o Governo articula um projeto que diz
que os Estados só vão poder renegociar sua dívida se congelarem o chamamento de
novos concursados e, portanto, massacrarem mais o povo de seus Estados. A
reforma da Previdência, que busca com que nós, mulheres, trabalhemos mais dez
anos para nos aposentar, também está na agenda do Governo petista, que busca,
por um lado, ao tentar se afirmar, construir um segundo polo com o Partido
Progressista e com o PR, apostando numa articulação com o Renan Calheiros,
Presidente do Senado e também envolvido na Lava Jato para também não aprofundar
as investigações envolvendo corrupção no nosso País.
Então o tema é muito sério: a crise que o Brasil
está vivendo. E nós aprendemos muito com os processos históricos, com as
mobilizações que marcaram época à luz do seu tempo e com o junho de 2013,
quando milhões de jovens estiveram nas ruas, primeiro contra o aumento das tarifas,
mas, depois, com bandeiras democráticas lutando por mais direitos. E uma das
coisas que têm que ficar de lição é que a saída política para o momento que nós
estamos vivendo passa por ampliar os espaços democráticos, passa por chamar o
povo a decidir o futuro do País, passa por processos como eleições gerais, que
nós estamos defendendo, referendos revogatórios, formas de empoderar a
população e apostar na participação como forma de solucionar os problemas. É preferível apostar na democracia e
errar ou acertar com o povo do que confiar num Congresso apodrecido, tomado por
larápios de terno e gravata, por corruptos como o Maluf, que é procurado em
todos os lugares do mundo, mas que, na Câmara do Congresso, é chamado de Vossa
Excelência; se pisar fora do País, pode ser preso pela Interpol, mas, lá no
Congresso Nacional, vai ser chamado de Excelência pelo próprio Eduardo Cunha e
por tantos outros citados na Lava Jato ou em outros processos de corrupção.
Também é preciso ter uma agenda que seja para os
trabalhadores e não para os bancos; que seja uma agenda que taxe as grandes
fortunas, que audite a dívida pública, como foi aprovada no Congresso, por meio
de uma emenda do PSOL e vetada pelo Governo Dilma. No Equador, apenas auditando
a dívida pública, se reduziu em 70% o que era destinado do orçamento daquele
país para os banqueiros e para os especuladores. E o Brasil nunca auditou a sua
dívida, que consome 50% do orçamento nacional quando, repito, menos de 4% vai
para a saúde, menos de 1% vai para as políticas assistenciais como o Bolsa
Família. É preciso uma agenda que enfrente os interesses das grandes elites
econômicas, que tiveram lucros recordes com essa alta taxa de juros e que
seguem com os interesses garantidos, lucrando às custas da nossa população.
Então eu quero aproveitar este Grande Expediente
para mostrar a seriedade que essa situação exige, uma seriedade que tem que ser
com coerência, para garantir que a população possa, sim, definir os rumos do
País, possa ser ouvida e participar de um processo de discussão de alternativas
frente à crise econômica e à crise política; e que a gente possa combater essas
medidas de ajustes que têm massacrado os trabalhadores e que, na verdade,
significam desemprego, arrocho salarial, parcelamento de salários, sucateamento
da educação, da saúde e da segurança, precarização da vida do nosso povo para
manter uma pirâmide de parasitas. Lá na ponta, menos de 0,01% dos brasileiros
controlam 50% da riqueza nacional. Isso tem que acabar, e só vai acabar
chamando o povo para decidir e para participar. Muito obrigada pela atenção de
todos.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que
nos assiste através da TVCâmara e da Rádio Câmara, ouvimos aqui, em Grande
Expediente, o Vereador Líder do Partidos dos Trabalhadores dizendo que está
sendo preparado um golpe no Brasil, um golpe de direita, mas, na verdade, quem
sofreu o golpe neste País foram os trabalhadores! Quem sofreu e vem sofrendo um
golpe nesse País é o povo brasileiro e os trabalhadores. Os trabalhadores que
tiveram cortados os seus direitos; os trabalhadores que tiveram as conquistas
do primeiro ano do Governo Lula destruídas. E está aqui o Ver. Flávio
Vigilante, de Rio grande, que nos visita e que nos informa que Rio Grande tinha
23 mil postos de trabalho ativos, e agora tem quatro mil. Quem sofreu foram os
trabalhadores que perderam o seguro desemprego, com as Medidas Provisórias nº
664 e nº 665, da Presidente Dilma Rousseff; quem sofreu foram os trabalhadores
que perderam a pensão; com o veto à correção da tabela do imposto de renda; o
veto com o fim do fator previdenciário; o veto com o seguro desemprego. Quem
está dando o golpe é a Presidente que está se aliando com a direita. Quem está
dando um golpe no povo brasileiro é a Presidente que está no Congresso
Nacional, fazendo leilão; o Paulo Maluf diz que está com vergonha de ver o seu
partido ser assediado, leiloado e comprado no Congresso Nacional. A Presidente
perdeu a sua identidade. E o Olívio Dutra, lá no mensalão, já dizia isso. Quem
escolheu os seus pares foi a Presidente que abandonou o povo brasileiro; quem
escolheu os seus pares foi a Presidente que escolheu andar junto com quem agora
lhe abandona; quem escolheu andar com Renan Calheiros foi a Presidente; quem
escolheu andar com Jader Barbalho foi a Presidente; quem escolheu andar com
Eduardo Cunha foi a Presidente; quem escolheu andar com a maioria do Congresso
Nacional, que aqui foi dito que está sendo processada, foi a Presidente; quem
escolheu andar com o Collor foi a Presidente; quem escolheu andar com Sarney
foi a Presidente! E não adianta querer falar do Paulinho aqui, porque ele foi
absolvido de todos os processos que abriram contra ele. Todos eles! Todos que
armam contra nós, trabalhadores, sabem que fomos absolvidos, inclusive em
invasões de empresa; inclusive do BNDES, o qual fui conselheiro, e não tem
influência nenhuma no BNDS, nós fomos absolvidos, e
o Ver. Comassetto sabe muito bem dos processos do BNDS em que nós fomos
absolvidos.
A Presidente hoje
recebeu a notícia de que a Andrade Gutierrez confirma que deu uma propina de R$
150 milhões para a sua campanha. Não somos nós que estamos dando golpe. Nós
estamos pregando o impeachment que
está lá na Constituição, é previsto na Constituição. José Dirceu, José Genuíno,
líderes do Partido dos Trabalhadores, foram para o Congresso Nacional usar a
tribuna, como uso a tribuna desta Casa, pedir o impeachment do Fernando Henrique Cardoso, e quase conseguimos fazer
o impeachment do Fernando Henrique
Cardoso. Isso é constitucional, isso é a democracia do País. Nós estamos
fazendo um ato democrático de pedir o impeachment
da Presidente. Quem está aliada com a direita golpista deste País, que fez o
golpe de 1964, é a Presidente Dilma, que chama o PT para o seu colo, é a
Presidente Dilma que chama a parte podre do PT para o seu colo, que chama os
mensaleiros, que chama o pessoal da Lava Jato para o seu colo, ela é que está
lá esperando a decisão do impeachment
para nomear os seus Ministros, ela é que escolheu os seus companheiros, ela é
que rifou os seus parceiros, ela é que traiu o movimento sindical quando vetou
vários projetos dos trabalhadores e principalmente editou várias medidas
provisórias, inclusive tirando o Seguro Defeso dos pescadores, e vem editando e
mandando para o Congresso nacional várias...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO: O impeachment sem dúvida nenhuma é uma
saída constitucional. Eu acho que ele realmente tem que avançar. A Fernanda
tocou num ponto que eu acho que nós temos que avançar depois do impeachment. Eu acho que as diretas já,
sim, são a grande possibilidade de saída desta Nação. Eu quero colocar aqui um
áudio em que o próprio ex-Presidente Lula diz o que deve ser feito nas
situações de corrupção. Ele já dá a receita!
(Procede-se à
reprodução do áudio.)
O SR. DR. THIAGO: O grande que rouba
muito tem que ir para a cadeia. Nós não podemos demonizar as nossas
instituições jurídicas, como estão querendo fazer. Eles fizeram, primeiro, com
os médicos; eles, depois, fizeram com a imprensa; eles, agora, estão querendo
fazer com a instituição do Judiciário, porque a verdade não lhes interessa. Então, é esta
a questão que está colocada. Em nenhum momento vi algum Vereador do PT, nenhum
Parlamentar do PT, vir a esta tribuna e dizer que as gravações estavam erradas,
só falaram da forma. São pessoas públicas e aquilo que está em seus telefones
tem que ser público. Eles não têm o direito de botar isso para baixo do tapete;
a sociedade brasileira não aguenta mais isso embaixo do tapete! Então, venham
aqui, refutem o que está colocado lá, digam que é mentira, digam que todos os
delatores são mentirosos; provem isso! Mas não venham nos iludir, não venham
utilizar técnicas fascistas para dividir esta Nação, não venham utilizar o que
Hitler utilizou para dividir esta Nação. E é isso que está acontecendo hoje.
Portanto, impeachment não é golpe,
nunca foi, e para o PT inclusive nunca foi golpe. E, sem dúvida nenhuma,
diretas já em 2016, é isso que esta Nação quer; eleições gerais diretas para
2016.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, eu aceito a verificação de quórum, tanto o Janta quanto
o Dr. Thiago sabem que eu fiquei aqui os ouvindo no debate, e só eu estou
inscrito agora, e, se ele realmente quiser cassar a minha palavra, que peça
verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Vereador, tendo em vista, infelizmente, o número
diminuto de Vereadores, declaramos encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h41min.)
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